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Curso on-line aborda racismo, feminismo e política na música de Beyoncé

Ali Prando discute as letras e canções da popstar Beyoncé à luz de grandes nomes da sociologia e da filosofia

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1 de 1 Beyonce-Maison-Alexandrine-5 - Foto: Divulgação

É indiscutível que Beyoncé é uma das maiores popstars do mundo. Desde o começo no Destiny’s Child até os dias atuais, a cantora passou por diversas mudanças. Do visual às letras, a estrela passou a discutir questões políticas, principalmente às vinculadas ao racismo, e despertou olhar do mundo acadêmico.

A popstar virou tema de cursos em universidades, incluindo a prestigiada Harvard, nos Estados Unidos. No Brasil, o filósofo e pesquisador Ali Prando desenvolveu um curso dedicado à cantora. O Politizando Beyoncé terá mais uma edição, desta vez on-line por conta da pandemia de coronavírus, que começa no dia 12 de maio.

Ao todo serão quatro aulas (12, 14, 19 e 21 de maio), que discutirão temas como feminismo, racismo, indústria cultural e audiovisual.

filósofo Ali Prando
Filósofo e criador do curso, Ali Prando defende a união da cultura pop com o conhecimento acadêmico

“Beyoncé sempre foi politizada. Desde as Destiny’s Child, ela canta sobre independência feminina, negritude e sororidade, como pode ser visto em músicas como Independent Woman e Bills, bills, bills. A diferença agora é que ela percebeu que atingiu um patamar artístico muito alto. Então, de uns tempos para cá, ela tem usado sua plataforma de maneira mais incisiva politicamente, dialogando sobre ativistas como Malcolm X, Martin Luther King, Angela Davis, o movimento dos Panteras Negras e #BlackLivesMatter”, explica Ali Prando em entrevista ao Metrópoles.

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O curso debate música, gênero e raça
A cantora é uma das maiores popstars do mundo
A artista, segundo o filósofo Ali Prando, está no patamar dos grandes nomes da cultura pop
O curso se chama Politizando Beyoncé
Beyoncé também é estudada em grandes universidades internacionais
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A carreira de Beyoncé é objeto de estudo do curso on-line

Reprodução/Instagram/@shopbeyonce
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O curso debate música, gênero e raça

YouTube/Reprodução
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A cantora é uma das maiores popstars do mundo

Kevork Djansezian/Getty Images for NARAS
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A artista, segundo o filósofo Ali Prando, está no patamar dos grandes nomes da cultura pop

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O curso se chama Politizando Beyoncé

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Beyoncé também é estudada em grandes universidades internacionais

Para o filósofo, unir a cultura pop ao pensamento acadêmico é uma forma de refletir sobre a sociedade atual, de refletir sobre os produtos culturais consumidos.

“O lugar comum que se tem em relação à cultura pop é de que esses conteúdos são mero entretenimento. Ninguém pensa no caráter (in)formativo que tem as narrativas feitas em shows, filmes, novelas, ou séries de TV. Em relação a artistas musicais da cultura pop, as pessoas costumam deixar escapar a semiótica de uma imagem, espetáculo ou videoclipe, e não pensam também sobre a complexidade que é criar uma obra que une diversos campos artísticos, como dança, artes visuais, moda, tecnologia, poesia e música, de maneira conceitual e coerente”, pondera Prando.

Mix de saberes

O pensador usa seu próprio exemplo: desde a adolescência ele divide o tempo entre a MTV Brasil, as biografias de estrelas do pop e livros de filosofia. Desse mix de influências, ele projetou o curso, que, após algumas versões presenciais, aventura-se no ensino on-line.

“Depois dos discos Beyoncé (2013) e Lemonade (2016) percebi que cursos sobre a obra de Beyoncé estavam sendo ofertados ao redor do mundo, como na Universidade de Rutgers, Copenhagen, Texas e Columbia. Cada um deles tinha uma abordagem completamente diferente, então tive a ideia de criar o Politizando Beyoncé, um projeto no qual pudesse dialogar sobre a obra da cantora a partir de lentes oferecidas por teóricas como Judith Butler, Paul B. Preciado e Achille Mbembe”, diz Prando.

Filósofo e pesquisador do CNPQ, Prando fala que o curso é aberto a todas as pessoas, dos mais diferentes backgrounds. “Quais são os signos que permeiam a construção da negritude no inconsciente coletivo? Como criar novas imagens que encerrem estereótipos negativos sobre pessoas negras e pessoas LGBTs? Quais são os impactos e contribuições de Beyoncé em relação aos movimentos sociais de emancipação? São questões que norteiam a investigação proposta durante o curso”, enfatiza o professor.

Panfleto do curso on-line Politizando Beyoncé

Politizando Beyoncé
Curso on-line, nos dias 12, 14, 19 e 21 de maio. Valor R$ 150. Inscrições podem ser feitas aqui

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