Crítica: Jess Glynne tem pop moderninho dançante em Always in Between
O segundo disco da cantora traz bons singles, mas falha ao oferecer um trabalho mais robusto
atualizado
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Jess Glynne é daquelas artistas de ascensão meteórica. Antes de emplacar o segundo disco da carreira, já tinha colocado sete singles no topo das paradas do Reino Unido. Boa parte desse sucesso, veio de parcerias com o grupo eletrônico Clean Bandit, as canções Rather Be e Real Love. Agora, a cantora apresenta Always in Between (2018) – segundo trabalho autoral.
A popstar britânica, em linhas gerais, entrega um resultado muito parecido ao de I Cry When I Laugh (2013): um mix de fórmulas da indústria prontas para tocar incessantemente nas playlists e rádios do mundo afora. Tem pitada de gospel, aquela baladinha acústica e o onipresente tropical house.
Essas características aparecem marcantes naquelas que são as mais atraentes faixas de Always in Between: No One, I’ll Be There e All I Am. Na última, inclusive, o coral wannabe gospel rola solto em uma música com notas tão divertidas quanto descartáveis.
Glynne ocupa, atualmente, um espaço de renovação na música pop: artistas que refutam o mundo glamouroso e preferem investir no carisma, em produções simples e clipes sempre com tomadas externas cheias de dança e good vibes. O que não é, necessariamente, ruim. Vide o sucesso estrondoso de Ed Sheeran.
I’ll Be There leva essa tendência ao limite. A base eletrônica mistura-se a um soul contemporâneo – que, forçando um pouco a barra, lembra Amy Winehouse e Joss Stone. “Quando você precisar de um pouco de amor, eu tenho um pouco de amor para dividir”, diz a cantora na letra.
Outra composição com a assinatura desse pop moderninho de Glynne é 123: não se assuste caso a faixa caia no gosto do mercado publicitário e entre na sua cabeça repetida zilhões de vezes em comerciais do YouTube. Tem energia e o clima de leveza impresso pela artista nas 12 músicas da versão convencional do disco.
Se você, assim como eu, é um admirador das baladas pop: Always in Between guarda boas surpresas no fim. Hate/Love, por exemplo, usa a mais manjada das dicotomias da música em uma faixa bem definida como bonitinha.
Nevermind, por sua vez, é uma boa balada para encerrar o disco, que, apesar dos esforços de Glynne, não deve ficar entre a lista dos mais memoráveis trabalhos do ano. Alguns singles, é verdade, mostraram boa performance nos charts, porém, nada de espetacular.
Avaliação: Regular