Crítica: Em LOBOS, Jão mostra toda a versatilidade do pop brasileiro
O artista segue a linha de novos cantores do país: uma mistura de influências nacionais e internacionais
atualizado
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Jão (isso mesmo, não é um erro na tentativa de escrever João) é um daqueles fenômenos da nova era. Apareceu na internet fazendo covers, postou algumas músicas autorais, atraiu atenção das redes sociais e, agora, chega com o disco LOBOS – disponível nas plataformas digitais.
Uma primeira impressão (bastante implicante, é verdade) poderia apontar o disco – e, consequentemente, seu autor – como um desabafo sobre os amores e paixões impulsivos que nos acomentem na juventude.
Tem muito disso, de fato, nas 10 faixas do disco. Os próprios nomes das canções apontam para a verve romântica do pop de Jão: Vou Morrer Sozinho, Me Beija Com Raiva, Lindo Demais, Imaturo e Ainda Te Amo abrem o disco e são monotemáticas.
Mas não é na visão de amor romântico do jovem artista de 24 anos que está a força de LOBOS. Jão está inserido em um novo movimento da música pop brasileira – uma nova geração neo-tropicalista, capaz de misturar samba de terreiro, hits radiofônicos norte-americanos e reflexões intimestas. Desse movimento, brotam Silva e Mahmundi.
Em Vou Morrer Sozinho, as batidas eletrônicas suaves marcam o tom. Já na faixa Lindo Demais a sintetização ganha força em meio a uma crônica LGBT: “Seu pai me odeia e o mundo odeia nosso amor”. Um pop meio The Weekend com Ariana Grande e um tempero bem brasileiro.
No entanto, Jão não é um fissurado na cultura pop norte-americana. Ele respirou e se formou nesse cenário. Ainda assim, conserva o elementos populares brasileiros: um samba de roda ganha roupagem moderna em A Rua.
É possível alegar uma certa falta de coerência em LOBOS, tamanho o mix de influências e exprementações. Entrentanto, isso fazz novamente parte daquela tradicional birra com o novo: o disco mostra que há jovens na música brasiliera capazes de arriscar e dar novos ares. Que bom!
Avaliação: Bom