Junior Calipha: o brasiliense compositor de Zezé di Camargo e Dilsinho
Além de Zezé Di Camargo & Luciano e João Bosco & Vinícius, o compositor também conquistou MC Kevinho
atualizado
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Por trás de todo grande hit do mercado fonográfico há o envolvimento de diversos profissionais da música. Uma das principais funções é a dos compositores: atuando nos bastidores da indústria, eles exercem papel tão importante quanto o dos intérpretes que emprestam suas vozes às canções. Atualmente, um dos nomes mais frequentes nas fichas técnicas dos sucessos sertanejos é o de um brasiliense, o produtor Amilton Silva Junior.
Com apenas 29 anos, Junior Calipha — como foi batizado por amigos — tem letras gravadas por artistas renomados como Zezé Di Camargo & Luciano, Bruninho & Davi e João Bosco & Vinícius. Além dos funkeiros MC Kevinho e DJ Dennis, e do pagodeiro Dilsinho.
Diferentemente da maioria dos artistas, o sonho de trabalhar com música não chegou ainda na infância para Calipha. “Quando eu era pequeno, via meu pai tocando violão e aprendia só de observá-lo, nós percebemos que eu tinha um bom ouvido para a música, mas eu não me imaginava vivendo disso”, conta o compositor. Mesmo com a influência do pai, de quem herdou o gosto musical e um teclado, aos oito anos, cantar e tocar para familiares e amigos por muito anos foi apenas um hobby.
Foi só durante a faculdade de produção publicitária, enquanto ainda morava no Guará II, que a oportunidade de se arriscar na carreira em cima dos palcos surgiu para o brasiliense. “Meu primo Marconi cantava sozinho e quando viu que eu sabia fazer a segunda voz, ele me convidou para montar a dupla”, lembra.
A afinação dos primos chamou a atenção de Ivan Miyazato — com trabalhos para artistas como Luan Santana, Munhoz & Mariano e Gusttavo Lima. Sob o comando do veterano, a dupla Junior & Marconi chegou a gravar dois álbuns: Sertanejo Play (2012) e Identidade (2015). “Foi quando eu comecei a apurar esse lado de compositor. No começo as letras eram meio bobas, mas pessoas que já estavam há mais tempo na estrada me incentivaram a continuar e me mostraram que compor é uma caminhada”, explica.
Com o fim da dupla, Junior Calipha intensificou o processo de criação, e a convivência no meio sertanejo o aproximou de pessoas importantes como Eduardo Pepato, produtor da Rainha do Feminejo, Marília Mendonça. “Eu soube que estava no caminho certo quando ele chorou ao ouvir uma música minha”, recorda.
Daí para frente, parcerias com outros compositores como Euler Coelho, Thiago Machado, Gabriel Cantini, Fabrício Fafá e Kleber Paraíba, entre outros, fizeram com que o nome de Calipha se tornasse um dos mais procurados pelos astros do sertanejo na hora da escolha do repertório. “A composição é uma caminhada de aprendizados contínua, o mercado muda, e, ou mudamos junto ou fazemos algo que pode mudá-lo”, acredita.
João Bosco & Vinícius foi uma das primeiras a acreditar nas letras do cantor, a dupla natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, gravou duas canções do brasiliense Que Bar Que Cê Tá e Sem Esperar. Os filhos de Francisco, Zezé Di Camargo & Luciano, incluíram Amor de Motel, de Junior Calipha, no álbum Dois Tempos (2016). O jovem também trabalhou com Rodrigo Marim, Fred Liel, Douglas & Henrique, Léo Xavier e Thiago & Graciano.
Mas foi no ano passado que a sorte se voltou para o compositor. Santo Forte, escrita por Calipha, Fabrício Fafá e Kleber Paraíba, caiu nas graças de Dilsinho e Luan Santana. Lançada em dezembro, além de alcançar cinco milhões de visualizações no YouTube, a faixa apresentou o autor a nova e frutífera parceria com Gabriel Cantini.
“Fomos convidados pelo Dilsinho para assistir a gravação do DVD, lá o Cantini nos chamou para passar um fim de semana compondo na casa dele e fizemos um funk. Mandamos para o Dennis e o Kevinho e eles gostaram da musica de cara”, ressalta.
Divulgada no mesmo mês, Agora É Tudo Meu, interpretadas pelos funkeiros MC Kevinho e DJ Dennis, ultrapassa 73 milhões de visualizações no YouTube. Ao lado de Jenifer, de Gabriel Diniz, a faixa é uma das mais tocadas do verão e o principal sucesso de Calipha. “Assinar um hit como esse abre portas para novas composições serem gravadas”, espera otimista.