Conheça o Afro House, ritmo musical que vem se popularizando no Brasil
Musicalidade proveniente da África vem ganhando contornos de brasilidade em bailes e eventos e rendeu polêmica nas redes sociais
atualizado
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O Afro House é uma subvertente da House Music com raízes no continente africano e tem o DJ e produtor sul-africano Black Coffee como grande referência. O artista começou a explorar o ritmo na década de 1990 e conseguiu, a partir de 2010, ultrapassar as barreiras do continente e difundir a musicalidade em festas de alguns países europeus. O cantor Drake chegou a lançar o single Get It Together em parceria com o produtor, em 2017.
No Brasil, a cultura chegou por volta de 2009, através das comunidades africanas aqui residentes. O DJ e produtor musical Joss Dee é um dos artistas que toca o ritmo aqui no país. Ele conheceu o Afro House em 2007, como ouvinte em Angola, e começou a produzir músicas com a sonoridade em 2010. A partir de 2013, morando no Brasil, continuou se dedicando às produções do gênero.
“Lançava singles esporadicamente, porém com uma visão mais voltada para a comercialização das músicas em lojas com grande popularidade na Europa. No final de 2014, comecei a me apresentar como DJ no Brasil, primeiramente em festas da comunidade angolana. Posteriormente, passei a tocar em eventos em vários lugares do estado do Rio de Janeiro”, conta.
Para quem ouve, o Afro House tem um som bem leve, seguindo a musicalidade do house tradicional americano e com a incorporação de uma base tribal e de outras características sonoras da cultura africana. O ritmo, inclusive, não é exclusivo dos DJs e vários artistas apresentam ele nas performances musicais.
O rapper e produtor Tárcis é um deles. No último álbum lançado, Todo Mundo Ama O Sol, o artista explorou a sonoridade em duas faixas, sendo elas Uma Mensagem de Amor e Feitiço. Para ele, é fundamental que um país culturalmente plural como o Brasil explore novas expressões musicais.
“É isso que nos torna únicos quando o assunto é música. Manter as raízes trazendo ritmos ancestrais é muito importante para nossa identidade enquanto povo, pois é a partir delas que conseguimos enxergar os caminhos a serem seguidos no futuro. É também uma forma de dizer aos mais novos de onde viemos, fazendo, assim, com que eles sintam orgulho de sua raça e cor”, explica.
Polêmica nas redes
Na última segunda-feira (27/6), Rennan da Penha fez uma publicação nas redes sociais que gerou certa polêmica. O conceituado DJ carioca compartilhou um vídeo de um baile no Rio de Janeiro com pessoas dançando uma música do ritmo Afro House e fez uma afirmação na legenda.
“Abre a rodinha porque o Afro House está chegando com tudo no Brasil. Baile da Selva, o primeiro baile do Rio de Janeiro a tocar Afro House. Tocamos 20 minutos de Afro em todo baile e chamamos os meninos para dançar”, escreveu.
Abre a rodinha porque o Afro House está chegando no com tudo no Brasil 🇧🇷
BAILE DA SELVA O PRIMEIRO BAILE DO RIO A TOCAR AFRO HOUSE pic.twitter.com/8RWS2SsT0y
— VEM DE MALÍCIA (@rennan_penha) June 25, 2022
A postagem repercutiu e muitos internautas questionaram o pioneirismo que o DJ Rennan da Penha citou. Ainda nas redes, o artista afirmou que estava se referindo apenas aos bailes de favela. Procurado pelo Metrópoles para falar sobre o Afro House, o produtor não se pronunciou até o momento.
Apesar do estilo estar mais concentrado no Rio de Janeiro, sendo apresentado pelo DJ Mumu do Tuiuti, existem artistas brasileiros em outros estados que têm acesso e trabalham com o gênero. Em São Paulo, por exemplo, Vhoor, DKapz, JLZ, EVEHIVE e Glau Tavares assumiram o protagonismo do estilo.
Misturas sonoras
Assim como a maioria dos gêneros musicais, o Afro House está ganhando novas roupagens no Brasil. É possível encontrar misturas com o funk, com o kuduro, e até versões de músicas nacionais transformadas pelo ritmo africano. Citado acima, o DJ Joss Dee tem um mini documentário publicado sobre o assunto. Confira:
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