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Conheça Borgore, o DJ criticado por Titi Müller no Lollapalooza

Atração no Lollapalooza, o músico israelense Borgore é conhecido por letras machistas e autografar decotes de fãs

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borgore
1 de 1 borgore - Foto: Reprodução/Twitter

Nas últimas 24 horas, nenhum artista escalado para tocar no Lollapalooza 2017 foi tão comentado nas redes socais quanto o DJ Borgore. E o músico israelense gerou repercussão não exatamente por seu set de gorestep, estilo batizado por ele.

No domingo (26/3), a apresentadora Titi Müller, do canal “Bis”, criticou Borgore ao vivo durante a transmissão do festival. Chamou-o de machista e escancarou uma das letras do DJ: “aja como uma vadia, mas antes lave a louça”. “Não sei como interpretar isso. Ele falou que isso é só um personagem. Querido, na próxima encarnação invente um personagem melhor”, ela disse.

https://twitter.com/roromackk/status/840455086295920644

De fato, o comportamento de Borgore soa caricato, como o de um personagem inventado para “causar”. Nos shows, ele pede que as fãs tirem a roupa. Nas redes sociais, reproduz nudes que recebeu de seguidoras e compartilha fotos em que autografa decotes.

Mas, se existe uma persona aqui, é a do machista e misógino. Borgore tenta se vender como um artista brincalhão e festeiro, mas costuma criar imagens de gosto duvidoso nas letras que compõe e produz.

Em “Fame”, ele descreve uma garota que pede para transar com ele só por causa de seu status como DJ. Nos versos de “Gloryhole”, ele confunde uma garota com uma baleia e diz que “mamíferos do mar não estão na minha lista de foda”. Lá pelas tantas, ele diz que pretende “envergonhar essa piranha antes de deixar que ela prove a minha glória”.

O debate sobre as músicas de Borgore parece ter chegado agora ao Brasil, mas já repercute lá fora há algum tempo. Em outubro de 2015, Molly Hankins publicou na “Vice” o texto “Como é ser feminista e trabalhar para Borgore”.

O artigo tenta desmistificar o personagem Borgore e celebrar as qualidades de Asaf Borger, nome real do DJ. Para Molly, o músico é “um cara perfeitamente legal, apesar de estranho e difícil de conhecer”. Ela enxerga mais comentários sociais do que ofensas nas músicas do judeu.

“Então, eu pergunto, quem é pior: o cara que é misógino nas ruas e um cavalheiro na cama ou alguém com uma imagem limpa que trata as mulheres como dispensáveis depósitos de sêmen?”, provoca a autora.

Em 2014, o “Buzzfeed” fez um longo perfil de Borgore. “O DJ mais odiado do mundo” é visto na comunidade de música eletrônica como um artista que manchou a reputação do dubstep ao entortar a sonoridade e levar elementos do heavy metal para as músicas.

Antes de desbravar os timbres eletrônicos, Borgore tocou bateria na banda de metal Shabira. Além do trabalho autoral, gravado com fôlego no disco “#NEWGOREORDER” (2014), o DJ já colaborou com Miley Cyrus na faixa “Decisions” e remixou faixas de Britney Spears, Gorillaz, Metallica e Selena Gomez, entre outros artistas.

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