Conheça Bianca, a vendedora de caipirinhas que virou sensação do funk
A cantora ficou muito famosa pelas músicas Ai Preto, ao lado L7nnon e Biel do Furduncinho, e Tudo no Sigilo, com Vytinho VG
atualizado
Compartilhar notícia
Provavelmente você conhece as músicas Ai Preto e Tudo no Sigilo, dois grandes sucessos do funk nacional, e já ouviu falar sobre Bianca, a cantora por trás das duas canções, que ainda teve a participação de outras personalidades do ritmo. Entretanto, poucos sabem que a artista bateu no peito e correu atrás do sucesso. Em um determinado período, inclusive, a funkeira vendeu caipirinhas na praia para se manter e participou do Rock in Rio a convite de Camila Cabello.
Em conversa com o Metrópoles, Bianca abriu o jogo sobre a sua carreira e relembrou a trajetória de superação que hoje a coloca como um dos grandes expoentes do funk brasileiro. “Eu nasci e fui criada dentro de uma comunidade. Meus pais se separaram quando eu tinha 9 anos e a partir daí eu fui criada praticamente pela minha avó materna”, contou.
Antes da música, a artista começou a sua história na arte com outra atividade. “Minha mãe era bailarina então minha infância foi muito marcada por isso. Eu comecei a dançar com 8 anos de idade e também fazia parte da orquestra clássica na minha cidade, Campos, tocando oboé. Cheguei a cantar algumas vezes na igreja também”, completou.
Apaixonada por música desde pequenininha, Bianca revelou que é a primeira cantora da família. “Tem muita influência de outras áreas. Minha mãe com a parte da dança e eu tenho um tio que é professor de música, tocando vários instrumentos. Minha tia e minha prima também fizeram parte de grupos de dança”, contou, revelando que tinha vergonha de soltar a voz.
“Eu tinha um pouco de vergonha de cantar então comecei essa veia artística na dança, até perder o medo e poder soltar minha voz. Sempre quis cantar mas tinha vergonha demais”, revelou
Além da vergonha, a funkeira passou por uma situação que a fez esconder o talento. “Eu contei para a minha avó que gostava de cantar e ela me levou para a igreja. Quando ela pediu para eu cantar lá, negaram. Fiquei bem receosa depois disso. Demorou muito tempo até perder o medo. Eu já percebia que gostava muito de dançar, mas que faltava algo. Quando fiz 15 anos, decidi investir mesmo nesse lado”, relembrou.
Caipirinha na praia
Com a decisão de entrar de cabeça na música, Bianca se mudou para a capital do Rio de Janeiro e encontrou, na praia, uma maneira de ganhar dinheiro e cantar. “Saí espalhando currículo por tudo que era lugar. Mas os trabalhos que tinham ocupariam todo meu tempo e eu precisava ter disponibilidade para ir em estúdio, gravar e tentar a vida como cantora mesmo. Por isso, eu comecei a vender caipirinha na praia, pois teria essa agenda de tempo”, explicou.
Após um curto período de tempo, o dinheiro da música começou a entrar e fez a alegria de Bianca — e de sua família. “Nunca tinha visto dinheiro mesmo na minha vida. Recebia 200 reais de pensão e era com isso que eu me virava. A primeira coisa que eu comprei foi meu celular. Depois minha televisão, eu não tinha nada. Então fui comprando aos poucos mesmo, montando a minha casa”.
“Comecei também a ajudar minha família, mandando dinheiro pra minha avó, ajudando nos custos do meu irmão… Esse início da vida financeira foi uma sensação incrível”, completou Bianca.
Rock in Rio
Mesmo com pouco tempo de carreira, e com a pouca idade, 21 anos, Bianca foi convidada por ninguém mais, ninguém menos, por Camila Cabello para subir ao palco. A cantora esteve no palco com L7nnon e Biel do Furduncinho.
“Parece que foi um sonho, de verdade. Eu só consigo lembrar de alguns flashs. Foi um momento muito marcante. Ainda mais com a Camila, à convite da própria, junto com os meninos, levando o funk para o palco principal do Rock In Rio. Foi uma realização pessoal e profissional”.
Bianca também relembrou quando recebeu o convite da cantora para cantar no palco do RiR. “Eu não acreditei. Meu empresário me ligou contando que o empresário dela tinha entrado em contato, que ela estava com essa apresentação em mente. Eu fiquei parada, literalmente sem acreditar. Demorou muito para a ficha cair”, explicou.
A cantora, claro, foi só elogios à Camila Cabello. “A Camila é muito gente como a gente. Achei ela bem legal, humilde, engraçada… Me recepcionou super bem. Do backstage até o palco. Não tenho nada de ruim para falar sobre. Ela foi incrível, nos abraçou mesmo. Super carinhosa e simpática. Amei conhece-la”, completou.
Universal Music e realizações
Aliado ao grande sucesso na música, Bianca firmou um contrato com a Universal Music. Além de muito trabalho vindo aí, a cantora celebrou poder estar “colhendo os frutos de tudo que já trabalhei nessa vida”.
“Mas é tanta coisa, graças a Deus, que eu ainda estou processando todas essas novidades. Assinar com a Universal, uma gravadora tão renomada, é uma responsabilidade muito grande. Estou feliz que eles me escolheram e apostaram em mim. Tenho certeza que essa parceria está vindo para somar, da mesma forma que eu quero somar para eles. Uma parceria que vai dar muito certo”, pontuou.
Hoje realizada e com grandes feitos na música, a cantora revelou que pensou em desistir muitas vezes. “Por ser muito difícil, por ter ido do interior para a capital sem conhecimento algum de ninguém, por ter que se virar sozinha, por conta da saudade, por ter que viver sem dinheiro… Eu diria para a Bianca do passado que estou orgulhosa dela por não ter desistido. A gente sabia que iria dar certo, de algum jeito ou de outro, era pra ser. E está dando, graças à Deus”, relatou.
E se engana quem pensa que 2022 já acabou para a cantora. Ainda tem muito o que vir por aí. “Tenho muitos projetos. Agora com a Universal estamos planejando uma verdadeira revolução na minha carreira. Mostrar mesmo quem é a Bianca para a galera me conhecer como profissional. Eu tive dois hits muito conhecidos. Vamos trabalhar isso para as pessoas descobrirem quem é a artista por trás”, finalizou.