Conheça a banda mineira por trás do hit Não Me Entrego Pros Caretas
Em alta no Spotify, banda Lamparina e a Primavera mostra maturidade musical com hits leves, descompromissados e inteligentes
atualizado
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A música brasileira está em constante reinvenção: ritmos se fundem, referências se misturam e sempre surge algo novo e original. É o caso da banda mineira Lamparina e a Primavera, que tem feito sucesso nas plataformas digitais com canções como Não Me Entrego Pros Caretas, Pochete e Conversa Afiada. Só o primeiro título acumula 3,8 milhões de plays no Spotify e contando.
Lançada em 2018, o hit agitou a plateia de festivais como o Meca Inhotim, mas entrou nas plataformas digitais só no ano seguinte e foi viralizar em 2021. Os músicos não sabem exatamente qual foi o divisor de águas que alavancou a música e os demais trabalhos, mas têm algumas apostas.
“Aqui em Belo Horizonte a galera adorou, mas a gente não estava preparado para essa repercussão toda. Fomos entrando em playlist, o Hugo Gloss postou um Stories ouvindo e simplesmente aconteceu'”, conta Coto Delamarque, um dos seis integrantes do Lamparina e a Primavera.
Foi só a partir do sucesso repentino que a banda de vibe leve e descompromissada resolveu profissionalizar o trabalho. “Para você ter ideia, a gente não tinha registro das músicas, coisa de doido”, explica Coto.
Formada em 2017 pela junção de duas bandas universitárias, o Lamparina e a Primavera se orgulha de misturar um caldeirão de influências que vão de Lenine e Nação Zumbi, Djavan e Parangolé. Tendo a cultura popular brasileira como norte, o sexteto se joga no funk, forró, brega, maracatu e o que mais vier. O resultado é um caos harmônico, dançante, explosivo e brasileiríssimo.
Outra marca registrada são as letras inteligentes e chicletes, efeito de muita dedicação na etapa de compor. “Nós somos muito metódicos e exigentes nessa parte. Difícilmente fazemos algo juntos do zero, mas sempre desenvolvemos a ideia que alguém do grupo teve coletivamente. A cúpula da composição — eu, Marina e Calvin — gastamos muita onda com as palavras, com a melodia”, revela Coto.
“A gente segue o método Calvin de composição”, brinca Marina. “Ele sempre chega com as frases: ‘Acho que dá pra melhorar’ ou ‘ Se achar uma palavra mais doida, eu boto mais fé”, brinca a vocalista.
Foi nesse clima de descontração e, ao mesmo tempo, maturidade musical que saiu Pequim, feat que o grupo compôs para gravar com o ÀTTØØXXÁ, revelação do pagodão baiano. A faixa sensual e dançante, explicada pelos mineiros como “uma viagem sonora pelas claves folclóricas brasileiras e latinas”, chega nesta sexta-feira (9/7) nas plataformas digitais com um videoclipe.
“Foi um encontro perfeito. A gente acha a Bahia uma das coisas mais massas do Brasil. Quando nossa produtora pediu a música pra gente eu fiquei chocada. ‘Como assim vou fazer feat com ÀTTØØXXÁ. Durmo e acordo ouvindo e agora vamos tocar com eles?’, comenta Marina.
“Esse feat. surgiu para reernegizar a gente. Antes de compor a música, estávamos trabalhando em outra canção. Quando terminamos, ficamos superfelizes, mandamos para nossa produtora, achamos que era ‘a música’ e ela disse que não tava bom. Em seguida, soubemos da possibilidade de fazer esse trabalho. Fizemos a música em cinco dias. E eles gostaram tanto que, mesmo sem agenda para produzir, toparam gravar “, completou Coto.
A parceria vai ser a primeira de uma série de novidades que o Lamparina espera apresentar aos fãs ainda este ano, além de um álbum de inéditas, previsto para os próximos meses, e um show na capital federal — uma das cidades que mais escuta o som da banda, segundo Coto.
“Tenho esperança que a vacina vai nos permitir voltar aos palcos no comecinho do ano que vem, quem sabe no carnaval, pra curtir esse momento. E com isso queremos muito ir até Brasília fazer um show”, promete Coto.