Como é acompanhar uma edição do Grammy Latino em Las Vegas
Renata Araújo, do blog You Must Go!, narra as emoções de ver os maiores artistas do continente de pertinho
atualizado
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Las Vegas* – Há 10 anos tenho a chance de cobrir o Grammy Latino, que, desde então, acontece em Las Vegas, nos EUA. Mesmo já estando habituada a tamanho evento, nunca saio imune. É uma semana intensa, frenética, repleta de homenagens, shows, festas, desfiles de modelitos e, claro, muita música. Saio sempre exausta, de tantos eventos somados ao jet lag, mas exultante de ser testemunha da maior festa da música latina no mundo.
Um dos pontos altos do Grammy foi a premiação do Life Achievement, na qual artistas são homenageados pelo conjunto da obra. Este ano foi a vez de Erasmo Carlos. Prêmio mais do que merecido. Apesar de talentosíssimo, o Tremendão é daqueles artistas raros, pé no chão, gente boa, correto, nada deslumbrado. Mil palmas para ele, que dedicou a maior parte de sua vida à música.
Durante a première, emocionei-me junto com Maria Rita, que venceu na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode. Chorando, disse como foi difícil fazer o disco e dedicou o prêmio à equipe e a todos que a ajudaram. Sou fã da cantora. Além de voz linda, tem muita presença de palco e um repertório que aprecio muitíssimo. Para completar, ela é fã do You Must Go!, meu site de viagens, veja só que alegria!
Muito orgulho também de ter emprestado minha voz na parte das indicações em português. Veja que chique, faço parte do Grammy Latino!
Durante as festas paralelas aos eventos oficiais, como as do Spotify e YouTube, também vi alguns dos nossos artistas cantando, como o furacão Anitta e a surpreendente Iza. A primeira já frequenta o evento há alguns anos e só cresce. Inacreditável como a menina que saiu do subúrbio carioca fala agora um inglês e um espanhol perfeitos. Iza arrasou com seus modelitos no tapete vermelho e se defendeu muito bem no palco, acompanhada de artistas já conhecidos na comunidade latina.
Não posso deixa de citar a presença do casal mais cool do Grammy Latino: a percussionista Lan Lan e a atriz Nanda Costa. Indicadas ao prêmio de Melhor Canção em Língua Portuguesa, não levaram, mas estavam exultantes em fazer parte do evento (e perder para o Chico Buarque, vamos combinar que tudo bem, né?). Muito carinhosas uma com a outra e ambas elegantérrimas. Dois talentos do meio artístico brasileiro que merecem respeito e destaque.
A premiação principal, logicamente, é sempre a cereja do bolo. Quase morri ao ver Will Smith (foto em destaque) cantar pertinho de mim, ao lado de Marc Anthony, dois artistas de peso imensurável. Cena típica de um Grammy. Tive que levantar ao ouvir o som de reggaeton do colombiano J Balvin, indicado a várias categorias, apesar de só ter levado um prêmio para casa. Mas achei uma das melhores performances, ao lado da banda Maná, também homenageada esta semana, como Personalidade do Ano.
Toda minha admiração por Jorge Drexler, o grande vencedor da noite, que foi agraciado com três troféus. Já que não houve nenhum brasileiro ganhador, nada mal ver um país pequeno e vizinho, como o Uruguai, tão bem representado no mapa musical latino, ao lado de gigantes do entretenimento, como México e Colômbia.
Para uma mulher vaidosa como eu, o Grammy ainda representa uma maratona de trocas de figurinos, além de malabarismos com horários para fazer cabelo e maquiagem. É preciso ser rápida, prática e organizada para não perder a hora e literalmente se equilibrar no salto alto.
Afinal, tem dias que temos que estar prontos ao meio-dia e só voltamos para o quarto do hotel às duas da manhã! Mas confesso que adoro esse frisson.
Por fim, foi uma semana muito especial para a América Latina, que mostra toda sua diversidade cultural e musical. Agora é esperar uns meses para acompanhar o Grammy americano, em Los Angeles, que obviamente não vou perder.
*Por Renata Araújo, do blog You Must Go!