Cena techno de Berlim vira patrimônio da Unesco
A Unesco adicionou seis novos registros à lista de patrimônios culturais imateriais da humanidade, cujo objetivo é preservar as tradições
atualizado
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Berlim tornou-se mundialmente famosa por sua vibrante cena techno. E para confirmar o sucesso, a Unesco anunciou, que o techno da capital alemã, tornou-se patrimônio cultural imaterial da humanidade. Na lista divulgada pela Unesco, nesta quarta-feira (13/3), além da música eletrônica, a Alemanha recebeu mais cinco novos registros.
Lutz Leichsenring, da “Clubcommission” (Comissão de clubes) de Berlim, uma associação que tem como integrantes clubes e promotores culturais, escreveu na plataforma X, que o reconhecimento foi “um marco importante para os produtores de techno, artistas, operadores de clubes e organizadores de eventos de Berlim”.
Para a associação berlinense, também é importante apoiar a preservação e o desenvolvimento da cultura de clubes da cidade.
“A decisão nos ajudará a garantir que a cultura dos clubes seja reconhecida como um setor valioso, digno de proteção e apoio”, espera Lutz.
O reconhecimento vem na hora certa, pois os clubes de Berlim ainda sofrem com as consequências da pandemia do covid-19. Para a agência de notícias DPA, Lutz informou que 2023 foi um ano muito ruim para os clubes da capital, pois os precos aumentaram e menos gente frequenta e, quem vai, economiza no consumo.
O que significa patrimônio cultural imaterial?
De acordo com a Unesco, o patrimônio cultural imaterial trata da preservação das formas de expressão ligadas à criatividade e às tradições culturais, transmitidas pelas pessoas de geração em geração. Em constante evolução e recriadas pelas comunidades e grupos em função da interação com a natureza e história, essas manifestações culturais geram um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover a diversidade cultural.
Isso inclui práticas, como: representações, expressões, rituais, conhecimentos, habilidades e artes, como música, dança e teatro.
“O Kraftwerk, DJs e produtores afro-americanos, como o Underground Resistance, de Detroit, fizeram uma contribuição significativa para a criação e a propagação da cultura techno”, lembra Lutz.
Quais são os outros cinco registros da Alemanha?
Além da cena techno de Berlim, outras cinco contribuicoes culturais entraram na lista:
Finsterwalder Sangestradition – A cidade do estado de Brandemburgo, Finsterwalde, tem uma tradição de canto que forma sua identidade e corais, que estão constantemente se desenvolvendo.
Kirchseeoner Perchtenlauf – um desfile de inverno realizado na cidade de Kirchseeon, na Baviera, onde os Perchten – figuras assustadoras e mascaradas – desfilam para celebrar o Ano Novo. Acredita-se que os Perchten tragam sorte, pois afastam os espíritos do mal.
Schwälmer Weißstickerei – O bordado branco Schwalm é uma técnica artesanal tradicional praticada principalmente na região de Schwalm, em Hessen. Vários motivos são bordados com linha branca em tecido de linho.
Boofen – A comissão quando fala de “montanhismo na Saxônia” se refere aos “Boofen”, abrigos ao ar livre para pernoite que são tradicionalmente usados pelos alpinistas. Eles permitem a interação social com uma abordagem respeitosa da natureza.
Viez – uma sidra feita de maçã, pera e marmelo. De acordo com a Comissão da Unesco, o cultivo para a produção da bebida fortalece a biodiversidade que caracteriza a paisagem da região linguística do Vale do Mosela-Francônia.
Para o vice-presidente da comissão alemã da Unesco, Christoph Wulf, “o nosso patrimônio vivo cria comunidade e une as pessoas dia após dia”.
Juntamente com a comissão alemã da Unesco, a conferência dos secretários de Cultura e a comissária federal para a Cultura e Mídia, Claudia Roth, anunciaram as seis novas entradas: “Seja a subcultura ou o artesanato tradicional, tudo isso faz parte da riqueza cultural do nosso país”, diz Roth.
Agora, a Alemanha conta com 150 registros na lista da Unesco.