Casuarina comemora 15 anos de carreira com disco marcado por inovações
Em “7”, o quinteto carioca inclui novos instrumentos e flerta com outros gêneros, como o jazz e o soul. A cantora Maria Rita faz participação especial em “Eu Já Posso Me Chamar Saudade”
atualizado
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Com 15 anos de estrada, o grupo carioca Casuarina prepara o lançamento do sétimo disco carreira. Intitulado “7”, o álbum tem 13 faixas, todas autorais. Em metade do repertório, os integrantes assinam as composições ao lado de parceiros, como é caso de “Eu Já Posso Me Chamar Saudade” (com participação especial de Maria Rita), “Sumidouro” e “Queira ou Não Queira”, de João Cavalcanti com Moacyr Luz, João Martins e Alaan Monteiro, respectivamente.
Amigo de outros carnavais, o baluarte da Império Serrano Aluísio Machado divide “A Matemática do Amor” com Gabriel Azevedo. Sérgio Fonseca, presente na trajetória do grupo desde o CD “Certidão” (2007), é o campeão de parcerias: “Firme e Forte”, “Deixa Sangrar” e “Pé de Vento” com Daniel Montes, Gabriel e Rafael Freire.
Gravado em fevereiro deste ano, no estúdio de Rafael ‘Garga’ Alterio, localizado em uma fazenda no interior de São Paulo, “7” traz algumas inovações, como o uso do baixo (João Faria) e do piano (Nelson Freitas) e os novos arranjos a partir desses instrumentos, fazendo com que o samba flerte com o rock, o jazz, o soul e o funk.Depois do lançamento no Theatro Net Rio, em 21 de junho, Daniel Montes (violão), Gabriel Azevedo (voz e pandeiro), João Cavalcanti (voz e tantan, João Fernando (bandolim) e Rafael Freire (cavaquinho) seguem para São Paulo (30/6), Juiz de Fora (8/7) e Porto Alegre (14/7).
Enquanto o quinteto não chega a Brasília, confira a entrevista do grupo ao Metrópoles:
O CD “7” tem algumas novidades, entre elas, o uso do baixo e do piano. Por que colocar novos instrumentos neste álbum?
Daniel Montes: Quando montamos o repertório do CD, sentimos a necessidade de utilizar esses instrumentos. Cabiam mudanças em algumas músicas.
João Fernando: A gente queria mudar para dar uma oxigenada nos nosso trabalho.
João Cavalcanti: Realmente foi uma demanda da instrumentação de cada faixa. A gente decidiu fazer experimentar, e isso foi ao encontro dessa oxigenada. É o nosso terceiro disco autoral. Era grande a vontade de fazer algo diferente.
Outra novidade é João Fernando cantando na música “Casa Minha”….
JF: É uma canção minha, em que mostro as minhas verdades, as coisas que vivo e que vejo por morar no interior do Rio de Janeiro. Mas o João Cavalcanti e o Gabriel Azevedo também cantam nas outras estrofes.
JC: João Fernando sempre fez coro nos discos anteriores, mas nunca tinha assumido a voz principal. Ele canta super bem.
Gabriel Azevedo: O próximo passo é colocar os outros dois integrantes (Daniel Montes e Rafael Freire) para cantar também (risos).
Maria Rita canta em “Eu Já Posso Me Chamar Saudade”. Como surgiu o convite para ela cantar nessa música?
JC: Maria Rita é a cantora mais emocional da nossa geração. Eu fiz a letra e o Moacyr Luz, a melodia. A música fala de uma separação que, de tão doída, é quase uma morte. Maria é nossa parceira há muito tempo e a participação dela foi algo super natural. Tanto que, inicialmente, não tínhamos planejado nenhum convidado especial para o disco.
GC: Ela ter ido até o sítio para gravar com a gente foi uma experiência muito legal. Ficamos muito felizes.
JC: A gravação foi feita num take só. Não teve esse negócio de cada um fazer uma parte e depois juntar as vozes. Ter gravado sem remendos deu muita força para a música.
“Eu Já Posso Me Chamar Saudade” é a primeira parceira sua com Moacyr Luz?
JC: Nossa primeira parceria… ele me mandou uma melodia linda! O Moa é um dos caras que eu mais admiro na música.
Por que fazer um álbum só com autorais?
JF: Foi um processo natural. O primeiro disco do grupo, “Casuarina” (2005), só tinha regravações. Em “Certidão” (2007), a maior parte do repertório era nossa, e assim fomos alternando. O último disco, “No Passo de Caymmi” (2014), era só com músicas de Dorival, então, a gente percebeu que era hora de voltar a cantar coisas nossas.
JF: São nossas músicas e nossos arranjos. O trabalho fica mais pleno.
GC: Sempre é diferente cantar e gravar coisas nossas. Fazer um disco dá muito trabalho, mas quando são músicas nossas, fica a sensação de que a recompensar é maior.