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Cacai Nunes explora a versatilidade da viola em dois shows

Também conhecido como DJ de forró, ele apresenta seu lado violeiro em duas apresentações, acompanhado pelo Regional Chora Viola

atualizado

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Tem hora que nem mesmo Cacai Nunes sabe como consegue fazer tanta coisa ao mesmo tempo. Apresenta shows e grava discos como violeiro, dá aulas de viola, é organizador e DJ dos arrasta-pés do Forró de Vitrola, mantém o site e o programa de rádio Acervo Origens — projeto de preservação da memória musical brasileira… E ainda mora longe.

Quer dizer, depende da perspectiva: “Eu não moro longe, Brasília é que é longe da minha casa”, ressalva. A Casa de Chapéu, chácara onde Cacai vive em Sobradinho, até deu nome ao seu segundo CD. Lá, ele mantém um estúdio para ensaios e gravações – inclusive do programa, veiculado pela Rádio Nacional Brasília FM – e cultiva hortaliças. Pois é, ainda arranja tempo para isso também.

“Se eu pudesse, não sairia de casa. O que atrapalha nisso tudo é ter que dirigir para Brasília e lidar com esse trânsito cada vez mais louco”, confessa. Nos próximos dias, porém, Cacai tem bons motivos para pegar a estrada até o Plano Piloto.

Ele se apresenta no sábado (3/10), no Teatro Brasília, e na terça (6/10), no Sesc Garagem. Acompanhado pelo Regional Chora Viola. Aliado a Dudu 7 Cordas (violão de 7 cordas), Leo Benon (cavaquinho) e George Lacerda (pandeiro), o violeiro explora as possibilidades da viola como um instrumento versátil.

“A viola carregou, por muito tempo, o estigma de instrumento limitado e restrito à música caipira. Com este trabalho, espero mostrá-la com o potencial que ela realmente tem”, anuncia. Isso será feito por meio de releituras de choros famosos e composições próprias que ganharam novos arranjos para a apresentação em grupo.

Tudo junto e misturado
Assim como a viola, Cacai Nunes também é musicalmente versátil. Bem jovem, tocava guitarra e já gostava de forró. No início dos anos 2000, numa festa de São Sebastião no litoral da Bahia, ele se encantou com a cultura feita por “aquele povo tão devoto”. Aí virou pesquisador.

Acabou se tornando dono uma considerável coleção de vinis de música brasileira popular, principalmente de forró. Preciosidades que ele manuseia com extremo cuidado quando atua como DJ nos Forrós de Vitrola, realizados regularmente ao ar livre, em vários pontos da capital.

Curiosamente, poucas pessoas que vão ao Forró de Vitrola vão aos shows do violeiro. “Ainda assim, tenho alguns seguidores que acreditam no que faço, seja com a viola ou com a vitrola”. Para ele próprio, não há distinção: “Hoje não consigo desvincular uma coisa da outra. Tudo anda junto no meu fazer cotidiano”.

Por isso mesmo, é claro que vai ter forró nas apresentações de sábado e terça. “Não posso deixar o Nordeste de fora desse show. Vamos tocar ‘Forró Sem Aperreio’, de minha autoria. E na participação do (gaitista) Pablo Fagundes, faremos um forrozinho juntos”.

Sábado (3/10), apresentação dentro da programação do projeto Alvorada das Artes, às 21h, no Teatro Brasília (Royal Tulip Brasília Alvorada, Setor de Hotéis de Turismo Norte, 3424-7121). Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Livre.

Terça (6/10), às 20h, no Teatro Sesc Garagem, 713/913 Sul, Bloco F, 3445-4415). Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Livre.

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