Brasília celebra a chegada da tocha olímpica com shows gratuitos
Renata Jambeiro, Dhi Ribeiro, Zé do Pife e as Juvelinas, Seu Estrelo e Fuá do Terreiro, Diogo Nogueira e Daniela Mercury são as atrações do evento. Ao “Metrópoles”, Ellen Oléria conta detalhes do show “Trilhas de Novelas”
atualizado
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Primeira cidade da América do Sul a receber a tocha olímpica, Brasília está em festa. Nesta terça (3/5), a partir das 16h, Ellen Oléria, Renata Jambeiro, Dhi Ribeiro, Zé do Pife e as Juvelinas, Seu Estrelo e Fuá do Terreiro, Diogo Nogueira e Daniela Mercury se apresentam no palco montado na Esplanada dos Ministérios.
A maratona de shows faz parte da programação dos Jogos Olímpicos, que acontecem no Rio de Janeiro, a partir de agosto. Para essa apresentação especial, Ellen preparou o show “Trilhas de Novelas”, com músicas que fizeram parte de folhetins nacionais.Ao lado de Felipe Viegas (arranjos e teclados), Sandro Jadão (baixo), Jessé Silva (guitarra), Thanise Silva (flauta), Marco Santos (trompete), Adil Silva (saxofone) e Célio Maciel (bateria), a cantora interpreta sucessos de Tom Jobim, Fagner e João Bosco, entre outros.
Confira o bate-papo com a cantora e compositora:
Por que um show com trilhas sonoras de novelas?
Eu acredito que este projeto une duas grandes paixões da nossa gente: as novelas e as canções. É incrível como o povo latino, especialmente o povo brasileiro, se conecta com as histórias através da televisão. As personagens acabam suscitando situações que nos conecta numa rede incrível. Para muita gente a identificação com um evento, seja um amor, uma amizade inabalável, uma situação de violência é tão grande que algumas dessas histórias são decisivas em alguma altura da vida. Um rompimento, um pedido de casamento, uma mudança. O show “Trilhas de Novelas” reúne e mistura as nossas próprias memórias por meio da poesia. Vai ser lindo cantar e contar esses clássicos com Brasília.
No repertório há músicas de Caymmi e Djavan, entre outros. Dessas canções, alguma lhe toca especialmente?
Todas as músicas do repertório me marcam e me tocam de alguma maneira. Eu as escolhi exatamente por esse vínculo. Maestro Galindo, da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, sugeriu algumas faixas também. Como é o caso da “Modinha da Gabriela”, por exemplo. E é incrível como a música nos conduz para um lugar, algum rosto. “Modinha” me leva de novo para o elevador, para o caminho da garagem onde eu e duas amadas, Poliana e Verônica, cantávamos a plenos pulmões essa modinha e ríamos à toa. Todas as canções do repertório são especiais.
A última passagem por Brasília foi na Caixa Cultural. Quatro shows com casa cheia e com o público superemocionado. A pergunta é clichê, mas necessária: é diferente se apresentar aqui?
É diferente sim. Bastava me encontrar no camarim e ver como eu estava especialmente ansiosa. Show novo em casa? Foi um delírio para mim e saber que muitas das pessoas presentes estiveram comigo há cinco, dez, quinze, anos atrás… Ouvir depois dos shows, em meio aos abraços de tantos rostinhos familiares, e tanta gente nova compartilhando as sensações na partilha, isso é indescritível. O show “Afrofuturista” foi montado em Brasília, cidade onde gravei o disco homônimo. Esse retorno para o meu quadradinho foi profundo! Cada retorno a Brasília é uma emoção incontida.
Existe uma emoção distinta ao cantar na Esplanada, num evento de projeção mundial?
As Olimpíadas são um símbolo de paz. A tocha olímpica é um símbolo de paz. É o momento de colocar as armas no chão e revisitar nossas diferenças e celebrar o trabalho árduo. As Olimpíadas são uma busca pela superação das próprias limitações. Cantar num evento com a força dessa convocatória, no centro político de um país conturbado que tem um povo que luta por sua democracia é histórico. Esse é o mesmo lugar onde semanas atrás a polícia nos separava com inúmeros aparelhos de segurança, temendo um confronto físico e brutal. Essa é a própria revolução do amor: a música e a arte chegam para nos lembrar que estamos muito mais perto do que imaginamos. Para compartilhar memória, para se emocionar, cantar e dançar juntos. Com todas as nossas cores.
Nesta terça (3/5), a partir das 16h, na Esplanada dos Ministérios. Entrada franca. Classificação indicativa livre.