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Banda inglesa Steel Pulse comemora retorno a Brasília e Dia do Reggae

O grupo estará ao lado de Djonga no 3º Festival FYAH – Cultura Black, que acontece nesta sexta-feira (20/5)

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Patrick Niddrie
Steel Pulse, banda inglesa
1 de 1 Steel Pulse, banda inglesa - Foto: Patrick Niddrie

A banda inglesa Steel Pulse está em Brasília para o festival o 3º Festival FYAH – Cultura Black, que acontece nesta sexta-feira (20/5). Ao lado de Djonga, o grupo que venceu o Grammy como melhor banda de reggae em 1985, chega à capital com a nova turnê Mass Manipulation.

Ao Metrópoles, o vocalista da banda, David Hinds, contou como é o retorno da Steel Pulse ao Brasil, sobre o segredo para ficarem em alta durante tantos anos e ainda sobre o estilo musical e o dia oficial do reggae, comemorado em 11 de maio. Confira, abaixo, a entrevista com o cantor.

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O grupo inglês vai se apresentar no FYAH, em Brasília
Ao Metrópoles, o vocalista da banda, David Hinds, contou sobre sua expectativa em voltar ao Brasil
O grupo já foi eleito como a melhor banda de reggae
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A banda Stell Pulse volta ao Brasil com a turnê Mass Manipulation

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O grupo inglês vai se apresentar no FYAH, em Brasília

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Ao Metrópoles, o vocalista da banda, David Hinds, contou sobre sua expectativa em voltar ao Brasil

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O grupo já foi eleito como a melhor banda de reggae

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Vocês estão retornando ao Brasil após alguns anos. Como é voltar para nosso país?
David Hinds: Nós estamos voltando ao Brasil após quase 5 anos. Eu realmente estava ansioso por uma vibe sul-americana, que geralmente consiste em clima quente. Os países que têm clima quente são os meus favoritos, mas tenho monitorado o clima brasileiro e parece que a Steel Pulse estará em turnê no frio e só por isso não estou muito satisfeito. Portanto, espero que a calorosa hospitalidade que o povo brasileiro normalmente tem, compense isso. Sem desrespeito, nascendo na Inglaterra e sendo ensinado sobre o Brasil, só podemos pensar em um país que tem sol o ano todo e todo mundo festejando nas praias e se divertindo muito. Esse é o Brasil e o Steel Pulse cresceu sabendo. Quando chegamos ao Rio, em 1994, foi exatamente isso que vimos… dias sem fim de sol…

Vocês já tocaram para multidões aqui no Brasil. Qual a expectativa para este show em 2022?
DH: Tocar para grandes multidões no Brasil sempre foi uma emoção para nós. Eu só gostaria de falar português fluentemente para poder me envolver e interagir diretamente com os fãs. É bom saber que o amor pelo reggae ainda faz parte da cultura brasileira. Por sorte, temos nosso baixista, Amlak, que fala português fluentemente. Ele será capaz de dizer aos fãs o quanto nós amamos vocês.

Vocês já venceram alguns Grammys e, depois de tantos anos, vocês continuam fazendo sucesso até hoje. Qual o segredo para se manter sempre em alta?
DH: Ganhamos e recebemos vários prêmios ao longo de nossa carreira. Agradeço por isso, porque a jornada não foi fácil. Acredito que o maior sucesso da nossa longevidade é o resultado de acreditar, de coração, nas músicas que escrevemos e saber que muitas das letras escritas vieram de uma experiência “fora do corpo”. Saber que muitas de nossas músicas tocam os corações e mentes de milhões de pessoas em todo o mundo me dá motivação e determinação para continuar, apesar de saber, no fundo, que a música deveria estar em uma posição muito mais alta dentro da própria indústria.

Aqui no Brasil, a gente comemora o Dia do Reggae em 11 de maio. Qual a importância do ritmo musical?
DH: O Dia do Reggae é uma coisa boa… o mundo do reggae tem comemorado o 11 de maio nos últimos 41 anos. Eu sou totalmente a favor do REGGAE DAY. Trata-se de manter viva uma determinada música de raiz. É um dia de esperança, paz e prosperidade. Nos faz sentirmos especiais que o Brasil tenha reservado um dia em homenagem à nossa música. E por isso se tornou a música do mundo… porque, eu não conheço nenhum “Rock n Roll Day”…. você?

Depois de tantos anos de sucesso, vocês já conquistaram diversos sonhos e objetivos. Tem algum sonho que vocês ainda correm atrás?
DH: Eu ainda tenho o sonho de ser um ator em um filme de alto perfil. Ainda tenho o sonho de passar o tempo de pintura de belas-artes, sendo igualmente reconhecido ao mundo a partir dessa perspectiva. Ainda sonho em fazer uma grande diferença na vida das crianças em países depravados, onde a falta de instalações adequadas para a educação tem sido o fim de suas economias. Sonho ser escolhido como porta-voz musical, criando uma situação em que países conhecidos como inimigos estejam sentados sob o mesmo teto, formulando a paz, enquanto tocamos a nossa música. Eu estava em um restaurante etíope, no Reino Unido, no mês passado, e eu tive que postar dois caras sentados, um ao lado do outro, conversando pacificamente. Sim, um era Tigrayan e o outro era etíope. Como você sabe, Tigray e Etiópia estão em guerra há mais de um ano….Eu sonho com a paz universal.

A música de vocês conta com mensagens antirracistas, contra o atual sistema e é cheia de positividade. Qual a importância de trazer essas mensagens nas músicas?
DH: Quando se trata de reggae, as mensagens nas músicas são, de longe, a coisa mais importante para mim. O que me atraiu em The Wailers foi seu conteúdo lírico. Os assuntos que eles escolheram para se expressar em seu entorno. A Steel Pulse sentiu a mesma energia de nos expressarmos em nosso ambiente… e enquanto continuamos a escrever, aprendemos rapidamente que a classe trabalhadora pobre compartilhava os mesmos contratempos e problemas. Então, a partir daí, reconhecemos que a única maneira das massas oprimidas serem aliviadas de nossos problemas é fazer com que todos estejam cientes de
1. O Problema,
2. Quem é o criador do problema
3. Nós, o povo, percebendo que com consolidação, mas, sim, com solidariedade, temos mais poder do que pensamos para fazer diferença em nossas condições. Isso é contrário ao que o sistema nos levou a acreditar.

Além do Brasil, vocês passaram por diversos países no mundo com esta turnê. Qual foi o momento mais engraçado e curioso da viagem de vocês?
DH: O que notei viajando pela Europa é que o grafite tem sido a principal paisagem de toda a arquitetura das cidades. Talvez eu não tenha prestado atenção, mas me surpreendeu ver quilômetros e quilômetros de grafite enquanto viajava de ônibus de um país para outro. Para mim, é um sinal de que as pessoas comuns encontram todas as formas de se expressar. Eles não querem mais ver as coisas da maneira “ordenada” que lhes foi apresentada por governos mentirosos. Eles querem criar um mundo próprio, sabendo que isso levará muito pouco tempo. Porque esse é o tempo que leva para fazer grafite… e tenho certeza de que há auto-gratificação quando alguém é capaz de pintar, completar um grafite e se safar. Senhoras e senhores, o que estamos testemunhando nos dias de hoje é a ascensão do Poder Popular…

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