“As Melhores Bandas do Mundo” ressalta a face afetuosa, criativa e feliz de Brasília
Conheça faixa a faixa o disco em que músicas feitas para as peças da companhia Os Melhores do Mundo são recriadas por músicos que vão de Raimundos à bateria da Aruc
atualizado
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Tem rockabilly, ska, disco music, rock pesado, tema natalino, dor de cotovelo e música erótica em “As Melhores Bandas do Mundo”, mas acabou em samba a apresentação do disco à imprensa, na manhã de terça (24/11). Integrantes da bateria e passistas da Aruc (foto no alto) invadiram o palco da Sala Cássia Eller, da Funarte, para demonstrar ao vivo a energia que eles empregaram na gravação de “Inapaiê”, música que fecha o álbum.
“As Melhores Bandas do Mundo” tem a chancela da companhia de comédia Os Melhores do Mundo, é feito de músicas criadas para as peças deles, mas não é um disco do grupo, que só aparece em eventuais backing vocals ou diálogos sampleados — e na capa, travestidos de Lennon, Freddie Mercury, Janis Joplin, Kiss, Bowie e Elvis.
É um disco de muita gente. Tem Móveis, Autoramas, Raimundos, Maskavo, Criolina, D.F.C., Dona Cislene… Mas tem também Madrigal de Brasília, Patubatê, Hamilton de Holanda, Zélia Duncan, a bateria da Aruc.. Enfim, um quebra-cabeças que, quando formado, revela a face mais afetuosa, criativa e feliz de Brasília. É, como diz Adriano Siri, “não é um disco só de música, tem história”.
Marcello Linhos, produtor musical dos espetáculos e do disco, conta que as músicas foram todas feitas na base da diversão, para sublinhar o humor dos Melhores em cena, mas ele deixou os convidados livres para fazerem com elas o que bem entendessem. O resultado não é um disco de humor, mas muito divertido — e superprofissional.
Tem, aliás, música para todas as ocasiões. Desde a ceia natalina (“Dingou Béus”, com Madrigal de Brasília) até um strip-tease (“GG Love”, com Sexy Fi). Adriana Nunes acredita que o disco será uma oportunidade de o resto do Brasil ter noção do amplo repertório do grupo — fora daqui, eles costumam apresentar somente peças-hit, como “Hermanoteu na Terra de Godah”.
“As Melhores Bandas do Mundo” só será lançado para o público em 2 de dezembro, mas saiba desde já o que esperar das 20 faixas do disco:
Para tocar na festa das crianças:
“NBQAANJ” (Maskavo) e “Azedox” (Adrian)
As duas são da peça infantil “Nada É de Brinquedo Quando Alienígenas Ameaçam as Nossas Jujubas”. A meninada vai rir e imitar a voz de Marceleza no refrão falado de “NBQAANJ”, um ska fofinho. “Azedox” é um ótimo rock para crianças na linha de “Carimbador Maluco” (Raul Seixas) e “Subproduto de Rock” (Barão Vermelho).
Para soltar as feras na pista de dança:
“New York Sexy Lady (Rafael Cury e Kiko Peres) e “Maria Dance” (Criolina)
Na primeira, uma disco à moda dos anos 1970, Georgia W. Aló, em participação especial, revive os bons tempos de Bsb Disco Club. Na segunda, Oops, Barata e Pezão se juntam ao saxofone de Esdras Nogueira e à guitarra de Dillo dispostos a não deixar ninguém parado.
Para curtir uma dor de cotovelo… com classe:
“Amor, Amor, Amor” (Zélia Duncan e Hamilton de Holanda)
Zélia enche de sentimento o bolero brega e clichê de autoria atribuída a Waldir Miramar, personagem da peça “Mercedez com Z”. O arranjo é um luxo, feito por Rafael dos Anjos, que toca violão. Hamilton, como sempre, arrasa no bandolim de 10 cordas. E ainda tem Rogério Caetano e André Vasconcellos, no violão 7 cordas e no contrabaixo, respectivamente.
Não devem faltar no MP3 durante a viagem à praia:
“Notícias Populares” (Movéis Coloniais de Acaju), “Misticismo” (Autoramas) e “Young O’Brian” (Muntchako)
Um rock divertido, um rockabilly e uma instrumental com pegada meio rock, meio latin jazz.
Country é country, sertanejo e sertanejo:
“Valdez” (Rioclaro)
No caso, é country mesmo, com guitarras e vocais chorosos à maneira de Dwight Yoakam e Garth Brooks.
Para seduzir o ser amado:
“GG Love” (Sexy Fi)
A vocalista Camila Zamith não poupa sensualidade para cantar frases como “my love is GG”, “The Rex goes au au”, nessa climática e arrastada canção bem apropriada para um strip-tease.
Para tocar na reunião natalina deste ano (e dos próximos):
“Dingou Béus” (Madrigal de Brasília)
As 21 vozes do tradicionalíssimo Madrigal se juntam para repetir “dingou béus” à exaustão antes de desejar “o melhor Natal do mundo pra você”.
Para bater cabeça (it’s rock’n’roll):
“América” (D.F.C), “Joseph Climber” (Plebe Rude), “MCCOY — Code Name Danger” (Dark Avenger), “Micalateia” (Dona Cislene), “O Landau de Maurivan” (Totem) e “Hermanoteu na Terra de Godah” (Raimundos)
“Vocês são muito rock’n’roll, cara”, costumava dizer Meteoro, um técnico de som com quem Os Melhores trabalhou no Rio de Janeiro em 2001. Aí está. Essas faixas reúnem as guitarras mais agressivas, os vocais mais arrotados… Rock da pesada.
Bate forte o tambor:
“Inapaiê” (Bateria da Aruc) e “Rumo ao Planeta Boing” (Patubatê)
No samba-enredo da escola de samba Águia Suada, a bateria da Aruc empresta todo seu suingue para celebrar “luxo e magia”, “samba e tradição” e o encontro de “Duque de Caxias com Tia Anastácia no Pantanal”. E a mistura da percussão vigorosa do Patubatê com a guitarra sintetizada de Marcello Linhos arrebenta. Moderno!
A faixa que sobrou:
“À Espera da Morte (ALF)
Climática, estranha…