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Artistas da África do Sul se inspiram na música brasileira: “Ancestral”

Musa Keys, Msaki e Black Motion, artistas da África do Sul, avaliaram as proximidades entre a música do país e a sonoridade do Brasil

atualizado

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Msaki
1 de 1 Msaki - Foto: Divulgação

Cidade do Cabo (RSA) — O polo musical na África do Sul é um dos pontos fortes do país, bem como do continente africano. Com diversos festivais, shows e apresentações, a música move multidões e tem influência direta no comportamento social da região, assemelhando-se muito ao que acontece no Brasil.

Tal comparação não é mera coincidência, tendo em vista a histórica relação entre a África e Brasil. Durante o Corona Sunsets Festival World Tour, realizado na Cidade do Cabo no dia 1º de abril, o Metrópoles teve a oportunidade de explorar o assunto em entrevistas com artistas locais que se apresentaram no evento musical.

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Além de um DJ, o Black Motion também conta com um baterista no palco
Msaki, cantora sul-africana, durante o Corona Sunsets Festival
O cantor Musa Keys é adepto da música e do mundo fashion
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O duo Black Motion se apresentou no Corona Sunsets Festival

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Além de um DJ, o Black Motion também conta com um baterista no palco

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Msaki, cantora sul-africana, durante o Corona Sunsets Festival

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O cantor Musa Keys é adepto da música e do mundo fashion

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Msaki, cantora e compositora conhecida pelo single Fetch Your Life, começou a carreira oficialmente em 2008, com 20 anos. Por ter convivido em uma família na qual o seu pai era compositor e o avô era maestro, sempre teve a música como fator de admiração e revela que o Brasil esteve presente nessa relação afetiva.

“Relaciono a música brasileira com a dança e com o samba. Eu era acostumada a ouvir Tom Jobim quando era mais nova e todas as músicas que estão conectadas com a dança e com o canto, como as de Carnaval. Também gosto de escrever músicas que podem transitar entre vários estilos, incluindo a Bossa Nova”, revela a artista.

Ginga e batuques

O duo Black Motion, formado por Thabo e Problem Child Ten83, tem como carro-chefe a house music. O estilo é muito popular na África do Sul e, diferentemente do Brasil, traz uma sonoridade mais incorpada e relacionada com as matrizes do país africano.

No show realizado pela dupla durante o Corona Sunsets Festival, foi possível observar, para além da mesa de DJ, uma bateria que torna a experiência mais vistosa e orgânica. Segundo Thabo, é a expressão característica sul-africana. “Nossa maior força musical é o movimento, o ritmo dançante e a questão da percussão. Os instrumentos e a questão dos cantos são bem potencializados por aqui”, conta o artista.

Em seguida, completou citando a sonoridade do Brasil como uma das influências do Black Motion. “Nós escutamos vários tipos de música de todos os lugares do mundo que nos inspiram a fazer nossas músicas e a projetar nossos shows, com destaque para as que têm um estilo instrumental mais forte e bastante swing”, explica Thabo.

Ancestralidade

A cantora Msaki fez questão de afirmar que a cultura sul-africana está muito relacionada ao Carnaval brasileiro. O resgate da ancestralidade musical é ponto de destaque, tanto em terras brasileiras como na África.

“A música de Carnaval se conecta com a cultura sul-africana por ter muito ritmo, vários instrumentos e todos dançando e tocando juntos. Historicamente, nós fomos separados das nossas tradições, mas as novas gerações estão despertando no sentido de entender essa ancestralidade conectada com a música”, pontua Msaki.

Tais características também são resgatadas aqui no Brasil, principalmente pelos artistas do Axé Music. Carlinhos Brown é um dos artistas que frequentemente exalta as matrizes africanas na música brasileira. O último álbum do artista, Pop Xirê, é um exemplo da questão ancestral presente na cultura musical do país.

Música e arte

A questão cultural, para além da música, também foi explorada pelos artistas da Cidade do Cabo, uma das capitais da África do Sul. O cantor Musa Keys, que conta com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, falou sobre a importância de contemplar todas as artes quando se trabalha como artista musical.

“Eu acredito que a música não pode andar sozinha, a moda não pode andar sozinha. Eu sinto que eu tenho que juntar tudo que estou fazendo e fazer funcionar. Eu amo música, eu amo o meio artístico, então sempre os relaciono”, explica o músico.

Para exemplificar a questão, Keys citou o nome de Anitta. Segundo ele, a cantora brasileira é um exemplo de união de tendências artísticas que resultaram no atual sucesso musical. “Ela é uma das minhas cantoras favoritas”, pontua o cantor.

*O repórter viajou a convite da Corona

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