Artista de Taguatinga faz instrumentos percussivos com saco de cimento

O baiano Juraci Moura, músico há mais de 15 anos, une consciência ambiental e música em Taguatinga. O artista cria instrumentos de percussão com papel de saco de cimento, papelão e cola. Os ritmos tirados da reciclagem dão o tom da banda Som de Papel, que se apresenta na cena alternativa do Distrito Federal.

São atabaques, pandeiros, zabumbas, surdos, cajon e uma bateria feita com materiais reciclados. “Eu participei de uma vivência na Oficina Tempo EcoArte, aqui no Mercado Sul, e aprendi a técnica de trabalhar com o papel”, diz Juraci. O músico e artesão desenvolve a tecnologia há seis anos, sempre em busca da “batida perfeita”.

“Eu demorei dois anos para fazer o primeiro pandeiro”, conta o artista. A banda Som de Papel, criada a partir dos workshops ministrados por Juraci, utiliza as criações para shows de músicas regionais e da cultura tradicional brasileira. Além da percussão, foram introduzidos baixo, violão, flauta, sax, trompete e rabeca.

 

O artista, atualmente, comanda a escola de música Platinelas. Lá, constrói os instrumentos, dá aulas e ministra oficinas. O ateliê situa-se na Ocupação Mercado Sul Vive, em Taguatinga, e faz parte do movimento de revitalização da região.

Em 10 de fevereiro, Juraci vai ensinar a fabricar uma zabumba, composta por um bojo (corpo cilíndrico), pele (substituída pelo papel), baquetas e alça. Durante o curso, os participantes aprendem, em quatro etapas, a montar o instrumento inteiro. O investimento é de R$ 150.