Ana Carolina: “Meu papel é levar alegria e amor a um povo tão sofrido”
Em entrevista ao Metrópoles, cantora falou sobre o novo disco, Fogueira em Alto Mar, e o show que traz a Brasília no dia 31 de agosto
atualizado
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Há exatos 20 anos o Brasil conhecia a voz potente de Ana Carolina através do hit Garganta. Desde então, a mineira coleciona sucessos e parcerias com os principais nomes da música popular brasileira, entre eles, Maria Bethânia, Chico Buarque, Gilberto Gil e Luiz Melodia. Uma trajetória repleta de pontos altos, que a cantora celebra com o álbum de inéditas, lançado nesta sexta-feira (31/05/2019), Fogueira em Alto Mar.
“Quando olho para trás, nesses 20 anos, eu me sinto muito feliz e realizada por fazer o que faço. Por ser uma cantora e poder compor com tanta gente interessante, ter feito tantas músicas e partilhado o palco com tantos artistas incríveis”, comemora Ana Carolina.
Fogueira em Alto Mar é o 11º disco de estúdio da cantora e conta com 10 canções inéditas e duas regravações. O trabalho atende ao apelo dos milhares de fãs que amargavam um jejum de seis anos sem composições novas. Período de importante aprendizado, segundo Ana Carolina.
“Ao longo de 2018, eu fui contando com parceiros de composição como Bruno Caliman, Edu Krieger, Zé Manoel e Antonio Villeroy. Esse disco me reconecta com a Ana Carolina de 1999, do meu primeiro álbum. Ele tem a presença forte do violão e de canções românticas”, explica a artista.
O pesquisador musical Rodrigo Faour foi o responsável por sugerir as duas únicas faixas já conhecidas do CD: O Que Que Há (Fábio Jr./Sergio Sá) e 1296 Mulheres (Moreira da Silva). “As regravações ganharam sonoridades muito próprias, novas releituras bem diferentes das versões originais”, adianta.
Canção para Elza
Atual influência para uma geração de novas cantoras, Ana Carolina sempre fez questão de exaltar seus próprios ídolos por meio da música. Foi assim quando compôs Pra Rua Me Levar, dedicada à Bethânia e, agora, com Da Vila Vintém ao Fim do Mundo, letra feita em homenagem à Elza Soares, que contou com a participação da própria sambista.
“Elza é essa mulher incrível, maravilhosa, já estudei muito a vida dela. Sou muito fã, foi um momento incrível cantar ao lado dela, com aquela energia forte, repleta de alegria. Um dos momentos mais importantes da gravação do disco”, derreteu-se Ana Carolina.
Relação com os fãs
Por buscar sempre estar próxima de seus próprios ídolos, Ana Carolina sabe se colocar, como ninguém, no lugar dos fãs. A compositora ressalta a importância dos admiradores para a manutenção da sua carreira. “Minha relação com os meus [admiradores] é bem estreita. Gosto de ouvir o que eles estão falando, de entender pelas redes sociais o que querem. Gosto muito dos encontros furtivos na rua, quando acontecem, ou antes e depois do show, quando recebo. O fã é muito importante, sobretudo para uma jornada de 20 anos. Você aprende que ele é a coisa mais importante que o artista tem”, afirma.
E para os brasilienses saudosos de uma apresentação sua — já que a última visita da mineira à capital federal foi em 2017 — ela promete um espetáculo musical como nunca fez antes. “Vou misturar o repertório novo com algumas antigas, inclusive aquelas que eu nunca cantei em show e que os fãs sempre pedem. Também tem umas surpresas, vou cantar sucessos de outros artistas. Vai ser um show diferente de tudo que já fiz”, garante, e completa. “Nesses tempos sombrios, meu papel como artista é levar alegria e amor a esse povo brasileiro tão sofrido”.
A apresentação em Brasília acontece no dia 31 de agosto, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Em breve mais informações sobre o show.