Advogado de Marília Mendonça questiona inquérito: “Argumentos rasos”
Para advogado de Marília Mendonça, delegado não se esforçou para apresentar prova capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas
atualizado
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O advogado Robson Cunha, que representa a família de Marília Mendonça, afirmou que investigação da Polícia Civil de Minas Gerais sobre a morte da cantora e mais quatro pessoas, em um acidente aéreo em 2021, têm “argumentos rasos”. A manifestação ocorreu após a corporação apontar a prática de tres homicídios culposos por parte do piloto Geraldo Martins e do copiloto Tarcísio Viana, a com extinção de punibilidade em razão da morte dos mesmos e arquivamento do inquérito.
Em nota, Cunha ainda afirmou que teve acesso negado às cópias dos autos. “Assessoria jurídica da família da artista Marília Mendonça, através do seu advogado Dr. Robson Cunha, traz algumas ressalvas à conclusão do Inquérito Policial. Ainda ontem, havia sido solicitado ao Delegado que presidiu o Inquérito Policial, Dr. Ivan Sales, cópia integral dos autos, mas fora negado, alegando que no dia de hoje seria encaminhado ao poder judiciário. Portanto, ainda não temos ciência dos termos da conclusão”, inicia o texto.
“Entretanto, acompanhando a coletiva de imprensa na qual foram apresentados pontos do inquérito policial pelo Dr. Ivan, percebe-se que há um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente. O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos ‘rasos’ da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”, continua o comunicado.
Ainda segundo o advogado, “ficou claro pelo excesso prazo que teve o inquérito policial e pela ausência de provas técnicas, que o delegado apenas aguardava a conclusão do laudo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos para entregar o relatório final”.
“Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça”, salienta.
O advogado diz que irá acompanhar junto ao Ministério Público a extensão dos trabalhos necessários para uma elucidação completa do caso, para saber “por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales; por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada; e a quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia”.