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“Achei que ia morrer”, diz filha de sertanejo agredida pelo pai

Kauanne Cellarius, de 23 anos, acusa o pai, que é cantor sertanejo, de ameaça e violências físicas e psicológicas

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Kauanne – pai – sertanejo
1 de 1 Kauanne – pai – sertanejo - Foto: null

Na última semana, áudios e fotos que Kauane Cellarius, de 22 anos, usou para denunciar seu pai, o cantor Fernando Rodrigo Cellarius, da dupla Giba e Nando, chamaram atenção dos internautas. A jovem relatou que sofreu ameaças e violências físicas e psicológicas do cantor, além de expor nas redes sociais áudios nos quais ele aparece a ameaçando de morte.

Em entrevista ao Metrópoles, Kauane revelou que morou com o pai durante toda a infância e sempre foi agredida por ele, desde pequena. “Tudo era motivo para agressão. Fui crescendo, virando mocinha, e as agressões só pioravam. Quando completei 18 anos, achei que ele iria parar de me bater, mas tudo piorou”, conta. “Por muito tempo achei que merecia viver isso. Ele falava que era para o meu bem, porque o pai dele fez isso com ele e ele ‘virou gente'”, desabafou.

Segundo Kauane, com 19 anos, ela cansou de apanhar, se revoltou e começou a registrar com fotos e vídeos os hematomas, porém, continuava sendo ameaçada constantemente: “Só com 19 anos eu pude ter celular, antes disso ele não autorizava. Também sempre dizia que eu estava f*dida se contasse para alguém, porque ele é amigo de ‘peixe grande'”.

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Kauane Cellarius após ser agredida pelo pai, o cantor sertanejo  Fernando Rodrigo Cellarius
Kauane Cellarius após ser agredida pelo pai, o cantor sertanejo  Fernando Rodrigo Cellarius
Kauane Cellarius após ser agredida pelo pai, o cantor sertanejo  Fernando Rodrigo Cellarius
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Abalada, a jovem contou como aconteciam as agressões: “Ele me jogava no chão, pisava em cima de mim, segurava no meu cabelo e batia várias vezes com minha cabeça no chão. Sem contar as vezes que apertava o meu pescoço até eu ficar completamente sem ar. Frequentemente ele fazia eu passar maquiagem para esconder os hematomas no pescoço”.

Última agressão

Segundo Kauane, a última agressão aconteceu em outubro de 2021. “Cheguei tarde em casa e ele começou a me agredir. Meu namorado ficou preocupado porque eu não respondia às mensagens e foi até minha casa. Meu pai chamou a polícia e alegou que eu estava quebrando o apartamento dele. Fomos todos para delegacia e pedi para meu namorado ligar para minha tia, porque era uma pessoa que eu confiava”, começou o relato.

“Minha tia chegou e falou que eu estava destruindo a minha família, e isso me desencorajou a registrar o Boletim de Ocorrência. Peguei minhas coisas e fui embora da casa do meu pai. Após três dias, voltei à delegacia, registrei o B.O e pedi a medida protetiva. Desde então, ele não pode chegar mais perto de mim”, revelou.

“A última agressão foi muito pesada. Eu quase perdi minha vida, achei que ia morrer. Se não fosse meu namorado chegar, talvez eu estivesse morta.”, finalizou a filha do sertanejo.

Exposição do caso

Kauanne resolveu expor o caso nas redes sociais no dia 8 de março, para encerrar um ciclo e principalmente, pedir por  responsabilização do pai: “Quero Justiça. Vivi 21 anos em uma tortura. Só comecei a viver de verdade depois que saí da casa dele”.

Após as denúncias públicas, a jovem contou que vem recebendo apoio de diversas pessoas, e recebendo relato de mulheres que passaram por situações parecidas. “Também quero incentivar mulheres que passaram e passam pelo que eu passei a denunciarem”, finalizou.

Como Kauanne não registrou o Boletim de Ocorrência no dia da agressão, Fernando Rodrigo Cellarius não pôde ser preso em flagrante e responde em liberdade um processo por violência doméstica.

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