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Camilla Inês ganha o mundo com o seu jazz-bossa

A TV Senado exibe o show de lançamento do álbum “The Rhythm of Samba”, que já toca em rádios de seis países

atualizado

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Maria Vitoria Dutra/Divulgação
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Quem não assistiu aos shows de lançamento de “The Rhythm of Samba”, o segundo CD da cantora Camilla Inês, tem uma chance no sábado (26), às 20h30, e no domingo (27), às 14h30, quando a TV Senado transmite o espetáculo na íntegra.

Pernambucana radicada em Brasília, Camilla tem uma trajetória singular. Conseguiu se fazer presente em rádios estrangeiras com seu primeiro CD, “Jazzmine”, uma produção independente. Agradou tanto que o segundo nem tinha sido concluído e já estava sendo solicitado por radialistas de países tão distintos quanto Estados Unidos, Peru, Porto Rico e Japão.

O disco, um EP com cinco faixas em que ela se aprofunda no seu gosto pelo jazz-bossa, tem auxílio luxuoso de Cristóvão Bastos no piano e nos arranjos e parceria com Roberto Menescal (“Talvez eu te Encontre por Aí”). Ao Metrópoles, Camilla conta, entre outras coisas, como se deu a aproximação com essas feras da música brasileira. Mas, antes de começar a ler o bate-papo, que tal colocar  “The Rhythm of Samba” para tocar?

 Maria Vitoria Dutra/DivulgaçãoDe onde vem sua paixão pelo jazz-bossa?
Acho que desde a adolescência. Eu estudava balé clássico e nas aulas tínhamos que apresentar um número de improviso. Vasculhando a discoteca dos meus pais, me deparei com a música “Rhapsody in Blue”, de George Gershwin. Me apaixonei imediatamente pela música. A partir daí, comecei a pesquisar sobre o jazz, os autores e seus intérpretes. Cheguei a ir para os Estados Unidos com o intuito de estudar melhor o jazz, o blues e a bossa americana (uma pesquisa mais intuitiva que academicista). O resultado disso foi meu primeiro CD, “Jazzmine”.

Como foi a aproximação com Cristóvão Bastos, que toca piano e faz arranjos no disco?
Foi no curso de verão da Escola de Música de Brasília, em 2014. Eu estava à procura de uma pessoa para fazer o arranjo da música que compus com Roberto Menescal. Meu marido, Misael Barros (produtor musical/baterista), brincou: “Você não estava procurando uma pessoa para fazer o arranjo da sua música com Menescal? Olha aí, Cristovão Bastos.” Naquele momento tremi nas pernas. Mas, de partitura em mãos e respirando fundo, entrei na sala em que ele estava dando aula e muito timidamente perguntei: “Professor, tenho uma música e gostaria muito de colocar um arranjo. Será que o senhor poderia vê-la?” Imediatamente ele sentou-se ao piano e começou a tocar e a fazer o arranjo ao mesmo tempo. Ele não só fez os arranjos de piano e violão como gravou as bases para mim.

 Maria Vitoria Dutra/DivulgaçãoE a parceria com Roberto Menescal? Como aconteceu?
Da forma mais espontânea. Eu e Menescal nos conhecemos por meio do meu primeiro CD, “Jazzmine”. Depois que ele ouviu, disse que as músicas estavam no set list do rádio do carro dele e que não conseguia parar de ouvir. Nessa altura, eu estava nas nuvens (risos). Depois que eu recebi uma música feita por Jorge Camargo e Gladir Cabral para eu cantar, enviei para o Menescal e disse: “Olha só que música linda que acabei de receber”. A resposta dele foi muito positiva, dizendo que tinha adorado e que estava enviando uma música para eu colocar a letra. “Mas Menescal, nunca escrevi uma poesia sequer num bilhetinho, como vou escrever uma letra de uma música para você” Ele insistiu. Respondi para ele em versos de cordel: “Você que é capixaba, da terra da peixada… Eu que sou pernambucana, da terra da cana… Vou fazer a letra da sua música, mas se não gostar, não se prenda à minha letra, pode jogar fora”… E ele: “Você também não se prenda a minha música. Se não gostar, pode jogar fora”. Foi assim que surgiu a nossa parceria e amizade.

O disco foi lançado em vários países antes mesmo de ser lançado aqui. Como aconteceu? Foi através de conhecidos?
O lançamento do “The Rhythm of Samba” teve a mesma trajetória que “Jazzmine”. Primeiro foi lançado nos Estados Unidos e depois no Brasil. Quando as rádios souberam que eu iria lançar um segundo CD, logo me pediram o material. Principalmente, depois de saberem que “The Rhythm of Samba” havia ganho um prêmio nacional de melhor produção executiva (Prêmio Profissionais da Música 2015), antes mesmo de ser lançado (ainda em fase masterização no estúdio). Logo que terminei a masterização, enviei para rádios do Japão, Peru, Argentina, Holanda, Estados Unidos, Porto Rico. Só depois o CD entrou nas rádios brasileiras.

 Maria Vitoria Dutra/DivulgaçãoBrasília tem espaço para cantores de jazz?
Brasília e o mundo tem espaço para a música e a arte de qualidade, pois,mesmo sem conhecer o idioma, muitos estrangeiros gostam das músicas que canto em “The Rhythm of Samba”. Percebo que o público se identifica com as melodias, arranjos e com as letras, cheias de mensagens de esperança, reflexão e contemplação. Acho que as pessoas estão precisando de algo que leve-as a contemplar e refletir sobre a vida que vêm levando. Uma das músicas, “Hora Certa”, diz: “O dinheiro que você sonha, o pedestal que você quer subir impressiona, inflaciona, faz você sucumbir. Se você não quiser ser saudade ou nome de avenida, pare o relógio e deixa andar a vida.”

Tem novos shows programados?
Fiz dois shows de lançamento em Brasília. A intenção é levar o show “The Rhythm of Samba” para outras capitais brasileiras e do exterior. Eu e meu produtor, Igor Fearn, estamos trabalhando para que isso aconteça logo.

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