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Mulheres “viram o jogo” no humor ao expor hábitos tóxicos dos homens

Mulheres comediantes como Duda Ribas e Lara Santana estão bombando nas redes sociais usando a sátira para criticar comportamentos masculinos

atualizado

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Montagem com fotos coloridas de Duda Ribas e Lara Santana - Metrópoles
1 de 1 Montagem com fotos coloridas de Duda Ribas e Lara Santana - Metrópoles - Foto: null

Por muito tempo, o humor foi um espaço seguro para homens retratarem mulheres de formas estereotipadas. Das “piadas” sobre a “loira burra” às críticas sobre mulheres “que falam demais”, o público feminino costuma ser alvo de um tipo de humor que perpetua o machismo e a misoginia na sociedade. Para reverter essa tendência, uma nova geração de comediantes e influenciadoras tem usado a sátira para expor e criticar comportamentos tóxicos dos homens.

Plataformas como TikTok e o Instagram se tornaram palco para essa revolução, liderada por criadoras como Dudas Ribas e Lara Santana. Com vídeos que ironizam desde a insegurança masculina até hábitos tóxicos deles, elas desconstroem, também, a ideia machista de que mulher não sabe fazer humor.

Atriz e roteirista niteroiense, Duda Ribas, de 23 anos, acumula 80 mil seguidores no Instagram e usa os personagens “esquerdomacho” e “hétero top” para fazer esse tipo de sátira. Ela reforça a importância desse movimento para conscientização e transformação do humor. Veja um vídeo de Duda aqui.

“O humor vem do constrangimento e, antigamente, muitas minorias eram os alvos das piadas. Agora, acho que isso está sendo um pouco invertido, o lugar de constrangimento está sendo outro”, explica Duda em entrevista ao Metrópoles.

A produtora de conteúdo também destaca que o movimento não está sendo feito apenas por mulheres. “Eu acho que é muito importante esse movimento de inversão, não só de mulheres zombando e fazendo piadas com o estereótipo masculino, mas  também diversas outras classes estarem convertendo esse humor para constranger as pessoas certas, as pessoas que realmente precisam mudar nessa estrutura da sociedade”, pontua.

Lara Santana, influenciadora e atriz também de 23 anos, conhecida na web por seu personagem Cadu, com o famoso bordão “vapo”, acumula 2,7 milhões de seguidores nas redes e reafirma a notabilidade da prática. “Eu acho que através do humor a gente consegue tocar em muitos assuntos que são polêmicos, que a gente precisa tocar, só que de uma forma divertida”, destacou, em entrevista recente ao portal.

Identificação e revolta

Apesar dos vídeos terem cada vez mais repercussão e identificação do público, principalmente feminino, as criadoras de conteúdo contam que não são isentas das controvérsias. Alguns críticos as acusam de promover uma “guerra dos sexos” ou de estereotipar homens de maneira injusta.

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Duda Ribas
Lara tem 23 anos e é um dos talentos do humor revelados pelas redes sociais
Mas ela também faz sucesso com vídeos bem-humorados sobre mães clichês
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Duda Ribas tem 23 anos e é atriz e roteirista

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Duda Ribas

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Lara tem 23 anos e é um dos talentos do humor revelados pelas redes sociais

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Mas ela também faz sucesso com vídeos bem-humorados sobre mães clichês

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“O esquerdomacho e o hétero top são os personagens que eu mais recebo hate, né? Porque é uma crítica à masculinidade e vem de um lugar feminista. Além disso, os ‘esquerdomachos’ são homens que se propõe nessa ideia de desconstrução, então eles se sentem muito atacados”, explica Duda Ribas.

Lara Santana também é alvo de críticas frequentemente devido ao seu conteúdo: “Todo vídeo do Cadu tem comentário de homem falando ‘nossa, mulher e humor: mais um dia sem rir’. Os caras odeiam mulher fazendo humor. Então, eu já critiquei isso em um vídeo, já critiquei homens que não respeitam o futebol feminino… Então são vários pontos assim que a gente toca através do humor, mas que acabam fazendo uma diferença em quem assiste”.

O incômodo deles, no entanto, não é o suficiente para que as artistas fiquem desmotivadas. “Claro que de alguma forma incomoda, mas, por outro lado, eu tento visualizar que isso está gerando algum efeito nas pessoas. Eu enxergo esse incômodo como algo positivo que pode ser transformador, ainda mais vindo de uma forma que a pessoa, ao mesmo tempo que se identifica, se incomoda, acaba rindo daquela situação, sabe?”, finaliza Duda.

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