Maitê Proença abre intimidade em O Pior de Mim: “Nasceu da verdade”
A atriz traz o monólogo autoral a Brasília, com sessões no Teatro Unip neste sábado (11/11), às 19h e às 21h, e domingo (12/11), às 19h
atualizado
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Mesmo longe das telenovelas desde 2016, quando esteve no elenco de Liberdade, Liberdade, da Globo, a atriz Maitê Proença nunca esteve tão próxima de seu público. Isso porque ela tem viajado o Brasil com o espetáculo O Pior de Mim, monólogo com texto autoral e fruto de um mergulho profundo da artista em suas próprias memórias, escritos guardados que ela nunca tinha revelado a ninguém, como contou em entrevista ao Metrópoles.
“Eu tinha umas coisas escritas que eram escondidas até de mim. Se a minha mãe ressucitasse, eu não mostrava. Porque era tudo aquilo do qual a gente tem vergonha, eram os fracassos. As pessoas contam as virtudes, onde elas estão resplandescentes, onde tudo deu certo […]. Então eu falei, no meio disso, o que pode ser interessante, pertinente, e pensei: ‘Só a verdade. A verdade mais crua. Aquela verdade que a gente nunca conta, e disso nasceu O Pior de Mim.”
Maitê desembarca em Brasília neste fim de semana, para três apresentações no Teatro Unip (913 Sul), após temporadas bem-sucedidas no Rio de Janeiro e em São Paulo, que lhe renderam indicações a prêmios como o Cesgranrio, na categoria Melhor Texto, e o Cenym de Melhor Monólogo. Na capital federal, a produção promete repetir o sucesso, já que precisou abrir uma sessão extra para dar conta da demanda (veja o serviço completo abaixo).
O teatro cheio enche os olhos da artista, que começou a encenar O Pior de Mim de forma virtual, ainda durante o confinamento social imposto pela pandemia da Covid, em 2021. “Naquele momento, no auge da pandemia, a gente inventou isso porque os profissionais das artes cênicas foram os últimos a trabalhar, eram 5 milhões de pessoas com famílias, com filhos, sem receber alguma coisa para comprar comida… Então resolvemos fazer isso de uma maneira on-line, que ninguém nunca tinha feito. E era muito triste, porque eu chegava no teatro e tinham quatro câmeras, e eles ficavam longe… Eu tive que aprender a fazer”, lembra.
A partir das confissões de Maitê Proença, narradas em forma de contações de histórias, o público faz reflexões em sua própria vida. “Porque todos têm esses lugares escondidos que não contam para ninguém. Essa porta dos fundos que a gente abre e para onde a gente sai quando ninguém está olhando”, considera. Graças ao texto que atinge a plateia de maneira tão pessoal, não são raros, segundo a artista, os relatos de fãs que se identificam e curaram feridas inspirados pelo seu texto.
“Um rapaz, chegou para mim e disse: ‘Maitê, eu nunca consegui falar a palavra pai, para o meu pai. Eu queria, mas não saía. Daí no leito de morte, quando eu estava indo embora, eu olhei para ele ali deitado, e gritei mil vezes essa palavra, o abracei, chorei e ele foi embora. E enquanto você contava aquelas histórias, eu tive flashs desse momento, e eu me perdoei, durante a peça eu me perdoei’. E a peça não fala disso, só que levou ele para aquele lugar. Ela leva pessoas para lugares que elas nem sabiam que estava machucado, e sara. Porque o teatro sara”, recorda.
Apesar dos relatos comoventes, a atriz faz questão de ressaltar que o espetáculo não é triste. “No final, as pessoas estão batendo palmas e cantando comigo”, completa. Veja a entrevista completa no vídeo acima!
Serviço
O Pior de Mim
No Teatro Unip (913 Sul), neste sábado (11/11), às 19h (sessão extra) e às 21h, e domingo, às 21h. Ingressos plateia: R$ 120 (inteira), R$ 60 (meia-entrada) e R$ 80 (meia-solidária, mediante doação de 1kg de alimento não-perecível). Ingressos plateia popular: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). À venda na bilheteria do teatro, na Belini Pani & Gastronomia (113 Sul), e on-line. Não recomendado para menores de 12 anos.