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Suzane: Assassina e Manipuladora é surreal. Vale a leitura

O que o leitor vai encontrar nas 280 páginas é um relato do crime e das trevas por onde ela circulou nas cadeias de São Paulo

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Foto colorida de Suzane Von Richthofen - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de Suzane Von Richthofen - Metrópoles - Foto: ROBSON FERNANDES/AE

Suzane Louise Olberg das Dores, ou Louise das Dores. Muita gente nunca ouviu falar nela, mas descobrirá, em meio a tantas outras revelações, que essa é a nova identidade com que uma das assassinas mais famosas do Brasil deve se apresentar depois do casamento com um marceneiro do interior de São Paulo.

Confira vídeo inédito de Suzane chegando na prisão com o noivo:

Suzane von Richthofen – criminosa de classe média alta que mandou matar pai e mãe para herdar os bens e viver uma suposta história de amor – é a personagem central de Suzane: Assassina e Manipuladora (Editora Matrix), livro de autoria do jornalista Ullisses Campbell que narra a história do duplo homicídio de Marísia e Manfred von Richthofen.

Leia com exclusividade um dos capítulos do livro.

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Suzane cometeu o assassinato há 17 anos
Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé
Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé
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Suzane foi acusada de mandar matar os pais

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Suzane cometeu o assassinato há 17 anos

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Suzane von Richthofen foi uma das que, mesmo com o passado polêmico, se casou na cadeia

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Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé

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Os dois foram mortos a pauladas pelo namorado de Suzane na época, Daniel Cravinhos. O irmão dele, Cristian, participou do crime. O trio foi condenado a penas que beiram 40 anos de cadeia. Essa é a história que o Brasil testemunhou em detalhes pela mídia desde que a polícia desvendou os homicídios, a partir da confissão dos culpados.

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O que o leitor vai encontrar nas 280 páginas que compõem o livro, com lançamento agendado para esta sexta-feira (querendo ou não Suzane, que entrou no STF para tentar barrar o evento, mas teve o pedido negado pelo ministro Luiz Fux), é um relato das profundezas do inferno em que desceu Suzane quando teve a iniciativa de se livrar dos pais e as trevas por onde continuou circulando nos 18 anos de pena que cumpriu em cadeias de São Paulo.

Um dos valores inequívocos do livro assinado por Campbell é o relato detalhado que ele faz dos personagens que orbitam a vida de Suzane pós-assassinato dos pais. A obra estampa em sua capa o nome e a foto da criminosa de rostinho angelical. Mas poderia muito bem apresentar a alcunha de mais de uma dezena de homicidas, latrocidas, pedófilos, infanticidas com as quais a história de Suzane se entrelaça.

O relato dos crimes que explicam o destino das mulheres e homens que cruzaram o caminho de Suzane, Daniel e Cristian na cadeia é aterrador e surpreendente. Quando a história da homossexualidade de Suzane na cadeia tornou-se pública, o foco do casal de mulheres foi a parricida, por óbvio. Pouco se falou sobre o passado de Sandrão, que exercia liderança na penitenciária feminina de Tremembé e se apaixonou por Suzane.

Os leitores vão se apavorar com os caminhos que levaram Sandrão a provar do mesmo confinamento que a mandante dos assassinatos dos von Richthofen. Se Suzane foi capaz de mandar matar os próprios pais, Sandrão teve sangue frio para ordenar e testemunhar o assassinato do filho de 14 anos de um casal de vizinhos onde ela morava em Mogi das Cruzes.

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Fotos de Suzane von Richthofen na época da reconstituição do crime

O menino fora sequestrado e Sandra prestou todo apoio à família de quem se dizia amiga. Ela chegou a negociar o resgate. Mas o garoto conseguiu escapar do confinamento por alguns instantes e flagrou “a tia Sandra” em ação. A mulher não teve dó e, junto aos comparsas, mandou executar o menino.

Como foi forjada a personalidade assassina de Suzane

De assassina a sobrevivente de rebelião, o perfil psicológico da parricida vai sendo construído tijolo a tijolo até o leitor chegar ao ponto de constatar que o impulso matador de Suzane não pode ser atrelado a uma personalidade psicopata. Neste caso, os assassinatos tiveram muito mais a ver com a reunião de pessoas egocêntricas, de caráter fraco e turbinadas pela coragem circunstancial que as drogas injetam.

Muitos críticos da obra vão se questionar sobre o formato que o autor escolheu para narrar a história dos von Richthofen. Parafraseando o realismo fantástico de Gabriel García Márquez em Cem Anos de Solidão, há momentos no livro de Campbell que poderiam lançar o jornalismo fantástico.

Jonne Roriz/Divulgação
O livro é fruto de três anos de pesquisa do jornalista Ullisses Campbell

Como poderia o autor reproduzir falas, trejeitos, juras de amor em momentos íntimos, confissões não expostas no processo com exatidão na descrição de comportamentos físicos e temperamentos sem que nunca tivesse feito uma entrevista com Suzane?

Campbell explica: “Apesar de se tratar de um livro reportagem, ou seja, não ficção, é todo escrito no estilo do jornalismo literário. O comportamento de Suzane, por exemplo, é reconstituído no livro por meio de depoimentos, entrevistas, laudos psicológicos”.

Foram três anos de pesquisa, 56 entrevistas com presidiários de cadeias masculinas e femininas, acesso aos processos e laudos, dezenas de consultas a psicólogos forenses.

Recheado de bastidores eletrizantes, que fazem o livro ganhar o ritmo de séries de suspense, Suzane: Assassina e Manipuladora tem o valor contido em tramas bem contadas: a vontade dominadora de a gente assistir a um capítulo depois do outro.

É impossível ser indiferente ao “fantástico” jornalismo literário de Campbell. Sua estreia tem muitos elementos para se tornar um sucesso de público. A primeira edição do livro, em suas versões física e digital, esgotou antes mesmo do lançamento oficial.

Lançamento do livro Suzane: Assassina e Manipulado em Brasília
No dia 24 de janeiro (sexta-feira), a partir das 19h, no Loca Como Tu Madre (306 Sul). Exemplar do livro e taça de espumante por R$ 55 . Vendas no Sympla.

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