Setor editorial perdeu 25% do faturamento em 12 anos
Elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicos (Fipe), pesquisa aponta encolhimento acentuado entre 2006 e 2018
atualizado
Compartilhar notícia
O faturamento do mercado editorial brasileiro, contando vendas para o mercado e para o governo, encolheu 25% entre 2006 e 2018 – período histórico contabilizado pela pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicos (Fipe) a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel).
Os números foram apresentados nesta terça-feira, 28, na sede da CBL em São Paulo, e comparam os dados mais atualizados da pesquisa, divulgados em abril, agora em comparação com a série histórica.
O estudo, realizado desde 2006, leva em conta dados cedidos por editoras e é uma estimativa da performance do setor editorial em cada ano, permitindo a série histórica. É mais um diagnóstico da crise acentuada do mercado editorial no Brasil e serve para as instituições, sindicatos e players do setor pensarem em soluções com base em dados estabelecidos.
Embora a pesquisa mostre um aumento no número de exemplares vendidos ao mercado no período (um crescimento consistente até 2014, e depois uma queda acentuada até 2018), o preço médio do livro caiu 34%, o que explica a redução no faturamento.
“De 2006 a 2010, há uma redução drástica de preços, a princípio uma aposta das editoras. Aí, o País começa a não entregar o sonho e a inflação sobe. Há uma reversão e editores começam a sofrer as consequências”, explicou o presidente do Snel, Marcos da Veiga Pereira. Ele notou também que a redução dos preços médios dos livros foi estimulada por desonerações do PIS/Cofins por parte do governo federal nesse período. “Uma aposta que o mercado fez para trazer uma quantidade maior de leitores mostra sinais de decadência, porque a conta não fechava já há alguns anos”, comentou.
No período entre 2014 e 2018, o da crise econômica geral e da crise específica do setor, as editoras mais afetadas foram as de livros Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP), com queda de 45% no faturamento de mercado.
Esta matéria está em atualização.