Em sátira política, Rodrigo Alvarez reflete sobre nova ditadura no Brasil
O jornalista lança o livro O Candidato, que acompanha Almeidinha, um paraibano que viaja até 1958 para reviver a ditadura militar
atualizado
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Após lançar o livro Alma: O Passado e o Futuro Daquilo que nos faz Humanos, o jornalista Rodrigo Alvarez decidiu investir em uma nova produção que promete causar reflexão sobre a atual situação política do Brasil. O livro O Candidato acompanha a história de um “herói político” que viaja para a ditadura militar após a eleição do fictício presidente Jairo.
Na obra, lançada pela editora Citadel, Almeidinha, um paraibano desajeitado, sonhador e pragmático, conhecido em Brasília como o maior escritor de discursos da história da República, decide fazer as malas e embarcar com a família para uma temporada no exterior após a eleição de Jairo.
Os planos de Almeidinha são interrompidos por uma chamada telefônica não identificada que, misteriosamente, o faz voltar a 1958. No passado, o redator tem encontros com os gênios da Bossa Nova, se encanta com um Brasil em que tudo parece dar certo e mergulha na boemia dos Anos Dourados.
A euforia dá lugar à inquietude após uma terrível constatação: o golpe militar que aconteceria em poucos anos já estava sendo construído. Tentando consertar o Brasil, o viajante se encontra com figuras históricas, na tentativa de interromper o fluxo dos acontecimentos que levariam o país a duas décadas de censura, tortura e assassinatos.
Em conversa com o Metrópoles, o ex-contratado da Rede Globo afirmou que a ideia para O Candidato nasceu em 2018, após o presidente Jair Bolsonaro, na época do Partido Social Liberal (PSL), vencer o candidato Fernando Haddad (PT) na votação popular.
“O Candidato nasceu no final de 2018, com as eleições. Eu fiquei muito preocupado com o que estava acontecendo com o Brasil já com todos os sinais que a gente via de mudança, ao meu ver, negativa, preocupante. Diante disso, começou a vir pra mim uma história”, iniciou o jornalista.
Quando questionado sobre o que imagina que seja o Brasil ideal, o escritor lamenta que a população “parou de sonhar com o Brasil”. “A gente tem que trabalhar na direção da tolerância, da volta de uma possibilidade de convívio, aceitação das diferenças e conseguir trabalhar um sonho de Brasil. A gente parou de sonhar com o Brasil, parou de ter projetos pro Brasil”, ponderou.