Prêmio lusófono Oceanos tem apenas um africano na semifinal
O angolano Pepetela, com “Se o Passado Não Tivesse Asas”, é o único escritor da África entre os 51 selecionados na premiação literária
atualizado
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Até o ano passado, podiam concorrer ao Prêmio Oceanos, herdeiro do Prêmio Portugal Telecom, obras de autores lusófonos que tivessem sido publicadas no Brasil. Este ano, não. O novo regulamento previu a inscrição de livros de escritores lusófonos publicados em qualquer lugar do mundo – desde que escritos e editados em português. E chegaram obras daqui, de Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Espanha e Quênia.
A lista de semifinalistas que o Itaú Cultural anuncia nesta terça-feira (12/9), mostra uma maior presença de brasileiros (31) e portugueses (19). O angolano Pepetela, com “Se o Passado Não Tivesse Asas”, que acaba de chegar às livrarias brasileiras pela LeYa, é o único africano entre os concorrentes.
Retorno
Alguns velhos conhecidos do prêmio voltam à disputa: José Luiz Passos, que já venceu (quando era Portugal Telecom), com “O Sonâmbulo Amador”, concorre agora com “O Marechal de Costas”, ambos publicados pela Alfaguara. Silviano Santiago, vencedor do primeiro Oceanos, com “Mil Rosas Roubadas”, está na lista com “Machado”, da Companhia das Letras.
Premiação
O Oceanos, que não premia por gêneros, reconhece as quatro melhores ficções com R$ 100 mil, R$ 60 mil, R$ 40 mil e R$ 30 mil, respectivamente.
Algumas curiosidades da lista: 9 brasileiros concorrem com seus livros de estreia; 11 dos 19 portugueses nunca foram publicados no Brasil e 21 dos 31 brasileiros são inéditos em Portugal; 30 são homens e 21, mulheres.
Do total de inscritos, 24 são romances, 18 livros de poesia, 8 de contos e 1 de crônica. E, proporcionalmente, Portugal, que concorreu com menos livros (176), emplacou mais autores (11% ante os 3% do Brasil, que inscreveu 1.031 títulos).
Entre os semifinalistas estão Evandro Affonso Ferreira, Bernardo Carvalho, Daniel Galera, Leda Cartum, Martha Batalha, Annita Costa Malufe, Adriana Lisboa, Adília Lopes, Lídia Jorge e Afonso Cruz. A curadoria é da portuguesa Ana Sousa Dias e dos brasileiros Manuel da Costa Pinto e Selma Caetano.