Poeta Antonio Cicero é eleito para a Academia Brasileira de Letras
Nascido no Rio de Janeiro, em 1945, Antonio Cicero Correia Lima é autor de letras de músicas populares brasileiras
atualizado
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O poeta, filósofo e compositor Antonio Cicero foi eleito na tarde desta sexta-feira (10/8) para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em terceira candidatura – a primeira, em novembro de 2016 e a segunda, em março deste ano – ele obteve 30 votos e será o novo ocupante da Cadeira 27, vaga desde a morte, em maio, do crítico literário e professor Eduardo Portella. Votaram 34 dos 40 acadêmicos, 22 presentes no Petit Trianon, sede da ABL, no centro do Rio, e 12 por cartas.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1945, Antonio Cicero Correia Lima é autor de letras conhecidas do público que acompanha a música popular brasileira (MPB), escritas para canções em que teve como parceiros sua irmã, a cantora Marina Lima (Fullgás), Adriana Calcanhotto (Inverno), João Bosco (Trem bala) e Lulu Santos (O Último Romântico). Formado em Filosofia, em 1972, pelo University College, da Universidade de Londres, ele publicou os livros de poemas Guardar (1992), A Cidade e os Livros (2002), Porventura (2012) e, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, O Livro de Sombras (2010).
“Antonio Cicero traz para a Academia Brasileira de Letras a presença e a atuação de um dos poetas mais representativos da literatura brasileira contemporânea”, afirmou o presidente da ABL, Domício Proença Filho. Intelectual atuante, Cicero concebeu em 1993 o projeto Banco Nacional de Ideias, em colaboração com o também poeta Waly Salomão (1943-2003). Durante dois anos, o projeto promoveu ciclos de conferências com a participação de artistas e intelectuais de renome mundial, como João Cabral de Melo Neto, Richard Rorty, Tzvetan Todorov, Hans Maguns Enzensberger, Bento Prado Jr. e Darcy Ribeiro.
Na primeira tentativa de ingressar na ABL, para a cadeira deixada vaga pelo médico Ivo Pitanguy, Cicero empatou com o cientista político Francisco Weffort, e a eleição foi anulada. Na segunda, por 18 votos a 15, foi derrotado,pelo historiador Arno Wehling.