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Plataforma da Amazon é alternativa gratuita para publicação de livros

KDP tem sido utilizada por escritores independentes que desejam fugir dos custos de impressão e aumentar os royalties

atualizado

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1 de 1 amazons kindle - Foto: Istock

Edição, revisão, diagramação, impressão. Os custos para publicar um livro são altos. Para se ter uma ideia, uma publicação independente simples, de aproximadamente 100 páginas, custa, em média, R$ 10 reais por exemplar — o valor varia de acordo com o número de unidades produzidas. Do valor cobrado na capa de uma obra literária, os direitos autorais correspondem a uma pequena parcela que varia entre 8% e 25%.

No entanto, ferramentas digitais gratuitas, como Kindle Direct Publishing (KDP), da Amazon, permitem que escritores driblem essas cifras e consigam realizar o sonho de ver as suas obras à disposição do público. Na plataforma é possível realizar o upload do material, definir o preço que será cobrado e receber até 70% dos direitos autorais sobre a publicação do e-book.

Reprodução
A escritora Eva Zooks tem versões digitais e impressas dos seus livros, mas os e-books dão o melhor retorno financeiro

Sem condições de fazer a impressão de forma independente, a escritora goiana Eva Zooks enxergou no KDP a possibilidade de comercializar e lucrar com seus livros. O primeiro trabalho postado por ela, Caminho das Águas, encabeçou durante 15 dias a lista dos mais vendidos da plataforma.

“A gente tem um alcance muito maior (com o KDP). Para você ter uma ideia, o segundo maior público do meu livro era do Japão”, conta Eva, que já teve seis e-books publicados nas lojas Kindle.

Apesar da oferta na versão digital, a escritora também optou por disponibilizar as obras em versões impressas. “Tem muito leitor que ainda prefere segurar o livro. Além disso, nós precisamos dele para participar de eventos e bienais”.

Amante da literatura, Vaneza Raysila Nascimento, de 30 anos, concorda. Para ela, que lê em média 25 títulos por ano, os e-books são muito práticos, principalmente para as leituras feitas à noite. Porém, não abre mão dos títulos impressos. “Às vezes, quando gosto muito de um e-book e compro a versão física. Também percebi que a leitura no digital é mais rápida, mas nada melhor do que folhear um livro. A sensação não se compara”, diz.

Daniel Sabino
Vaneza conta que, quando gosta muito de um e-book, procura a versão impressa para comprar

 

A possibilidade de oferecer livros com preço atraente e melhor margem de retorno também motivou o autor brasiliense Daniel Cariello a escolher o Kindle Direct Publishing como plataforma de distribuição.

Reprodução/Facebook
Graças à KDP, Daniel foi convidado para lançar o livro Chéri à Paris no Salão do Livro de paris e na Feira do Livro de Guadalajara

“Em menos de um mês, meu primeiro livro, Chéri à Paris, tornou-se o mais vendido da loja. E retornou ao posto diversas vezes desde que foi lançado, há três anos. Esse fato me gerou diversos convites para participar de bienais e feiras do livro dentro e fora do Brasil”, conta.

Daniel é o criador do selo Longe, iniciativa que reúne obras de autores que saíram de Brasília e depois voltaram para a capital. Ele explica que, originalmente, o grupo lançou suas primeiras obras apenas em formato impresso. No entanto, logo perceberam a necessidade de disponibilizar as duas versões.

O impresso tem a vantagem de ser um objeto, poder ser manuseado, ter textura e cor. Já o e-book leva a obra para o mundo inteiro, com facilidade e praticidade imbatíveis. Considero os formatos complementares

Daniel Cariello, escritor

Uma pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) mostra que, entre 2014 e 2015, o número de exemplares digitais vendidos aumentou 4,2%. Os 1.264.517 e-books comercializados geraram faturamento de R$ 20,4 milhões, valor 21% superior ao apurado em 2014.

Mas o faturamento do segmento ainda é modesto, quando comparado às versões tradicionais. Em 2015, 389,2 milhões de livros impressos foram vendidos, com faturamento de R$ 5,2 bilhões.

 

Os livros digitais publicados por meio do KDP podem ser comprados na Loja Kindle e serem lidos no computador, em e-readers da família Kindle ou tablets e smartphones de outras fabricantes, por meio do aplicativo da Amazon.

Segundo a empresa, em média, 30 dos 100 livros mais vendidos na Loja Kindle Brasil a cada semana são publicados via KDP. No site há mais informações sobre a ferramenta, além de um tutorial: http://kdp.amazon.com.br.

Kindle
A Amazon atualizou, no segundo semestre do ano passado, a versão do Kindle, o e-reader de entrada da fabricante. A nova geração conta com mais memória (512MB) e ficou 11% mais fino e 16% mais leve (apenas 161 gramas). Custando R$ 299, o equipamento tem suporte de conexão Wi-Fi, tela touchscreen, 4GB de espaço para armazenamento e bordas arredondadas. O gadget está disponível nas cores branca e preta.

Além do Kindle, a companhia oferece outros três dispositivos de leitura de e-books: o Paperwhite (R$ 479), o Voyage (R$ 899) e o Oasis (R$ 1.399).

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