O novo romance de Milton Hatoum chega às livrarias do país nesta sexta-feira (27/10). “A Noite da Espera” é o primeiro volume da trilogia “O Lugar Mais Sombrio”, que marca o fim do ciclo amazônico do escritor nascido em Manaus (AM).
A obra tem como cenário a Brasília dos 1960 e 1970. O protagonista da história, Martin, convive com o desmantelamento de sua família e a repressão da ditadura militar nas ruas. Como Milton Hatoum antecipou ao Metrópoles, a “falta de memória” e questões políticas são os pontos fortes da narrativa.
O escritor morou na capital do país entre 1967 e 1969. Por isso, ambientou a trama em locais que existiam naquela época – uns perderam a importância, mas seguem de pé até hoje.
Entre os locais explorados no livro, estão a W3 Sul, a Universidade de Brasília (UnB), o Bar Beirute, o Vale do Amanhecer e até mesmo a Caixa D’Água da Ceilândia.
Confira alguns cenários brasilienses do romance:
14 imagens
1 de 14
W3 Sul entre as décadas 1960 e 1970: “O ônibus para a Asa Sul parou no começo da W3, bloqueada. Desci por uma rua paralela, a W2, e, quando me aproximava do Cine Cultura, vi a Escola Parque e a praça Vinte e Um de Abril cercadas por viaturas policiais; a sirene de uma radiopatrulha me assustou, corri na direção da W1 e me encostei numa coluna de um bloco da 308, perto da Igrejinha.” (pág. 40)
Divulgação
2 de 14
O Cine Cultura, antes localizado na 507 Sul, deu espaço ao supermercado Comper e a Praça Vinte e Um de Abril perdeu sua importância como espaço de manifestações e point de jovens estudantes. A Igrejinha da 308 Sul ainda continua como um dos principais cartões postais da cidade
Divulgação
3 de 14
Universidade de Brasília (UnB), na Asa Norte: “Faixas e cartazes anunciavam uma assembleia às 15h, estudantes entravam nas salas subterrâneas do Instituto Central de Ciências, a neblina ocultava as vigas de concreto do imenso edifício em construção.” (p.182)
Divulgação
4 de 14
A instituição possui ainda 28 pesquisadores entre os 10% melhores do mundo
Felipe Menezes/Metrópoles
5 de 14
Bar Beirute, na 109 Sul: “Uma Kombi azul e branca parou na L2 e buzinou. Lá de baixo, Fabius gritou: “Desce, remador. Vamos ao Beirute”. Perto do bambuzal do bar os amigos ocupavam uma mesa.” (pág. 79)
Divulgação
6 de 14
Inaugurado em 1966, o Beirute é até hoje um dos espaços gastronômicos mais tradicionais da cidade
Divulgação
7 de 14
Ceilandia: “Mais adiante vimos um lótus gigantesco de concreto armado: uma caixa-d’água em construção. Numa área empoeirada, mães com filhos pequenos pechinchavam entre duas fileiras de tendas de plástico que vendiam bacias de latão, carne de sol, frutas e legumes; um homem tentava vender uma cabra num açougue improvisado sob uma tenda de lona, vísceras e pedaços de carne de boi pendiam de ganchos presos a uma travessa de madeira infestada de moscas. A Kombi ladeou a feira e seguiu pelo descampado, Dinah apontou um horizonte de vegetação calcinada, onde se erguiam barracos cobertos de plástico preto e folhas de zinco.” (pág.106)
Divulgação
8 de 14
Ceilândia foi inaugurada em 1971 para abrigar moradores de áreas nobres do Plano Piloto que seriam destinadas à construção de instituições federais, como a Universidade de Brasília. Hoje a cidade conta com mais de 400 mil habitantes
Youtube/Reprodução
9 de 14
Taguatinga: “Na saída de Taguatinga, Fabius estacionou a Kombi na beira da estrada, Dinah pegou o tubo de spray e uma escadinha, se aproximou de uma placa do governo federal, fez um xis na frase “Brasil: Ame‑o ou Deixe‑o”” (pág. 105)
Divulgação
10 de 14
Bispo Renato será administrador de Taguatinga
Daniel Ferreira/Metrópoles
11 de 14
Vale do Amanhecer, em Planaltina: “A pirâmide do Vale do Amanhecer”, disse Ângela, colocando a flor vermelha sobre "Les Mots", o livro de Sartre. “Uma fotografia da pirâmide na capa da Tribo.” “Essa pirâmide é um lugar cheio de malucos”, protestou Dinah. “Malucos? É um lugar místico. Até os políticos visitam o Vale.” “Os políticos mais pirados e perigosos.” (pág. 80)
Divulgação
12 de 14
Multicultural, o Vale do Amanhecer segue como um dos centros holísticos mais importantes do país, chamando atenção de fieis de todas as religiões
Rafaela Felicciano/Metrópoles
13 de 14
Ruínas da UnB: “atravessei o campus e entrei numa trilha desconhecida; perto da beira do lago, vi um bloco de concreto armado, com pilares redondos, grossos e inacabados: carcaça de uma obra abandonada; três botas velhas de couro espetadas em pontas de ferro, uma placa de zinco enferrujada: “Área Militar”.” (pág. 42)
Divulgação
14 de 14
Com obra iniciada na década de 1960, as estruturas da Escola Superior de Guerra foram abandonadas logo e a construção já tinha ares de mistério na década seguinte, sendo até hoje um dos espaços em ruínas mais famosos da cidade
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Fique por dentro!
Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o Metrópoles Fun no Instagram.
Compartilhar
Quais assuntos você deseja receber?
Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:
1.
Mais opções no Google Chrome
2.
Configurações
3.
Configurações do site
4.
Notificações
5.
Os sites podem pedir para enviar notificações
Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?