Nos 20 anos sem Caio Fernando Abreu, o ‘Metrópoles’ lembra cinco títulos essenciais do escritor gaúcho
Amor, solidão, saudade, medo, morte e angústia. Esse furacão de sentimentos guiava o autor de best-sellers, como “Morangos Mofados”
atualizado
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Há 20 anos, Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) partia, deixando um legado de livros marcantes, que tratam com uma sinceridade única a morte, o amor e as desilusões amorosas, entre outros temas viscerais. Lembrado por causa das dezenas de frases soltas na internet (nem sempre atribuídas corretamente), o escritor gaúcho pode ser “desvendado” por obras de fácil acesso. O Metrópoles selecionou cinco publicações essenciais de Caio F. — nome que ele utilizava para assinar suas correspondências.
“Morangos Mofados”
Pode ser considerado um best-seller do escritor. Apesar de mostrar os medos e anseios da geração dos anos 1970, fez enorme sucesso quando lançado na década seguinte pela editora Brasiliense. E ainda mostra -se atual, com seus episódios (universais) sobre amores, desamores, esperança e fracassos.
“Além do Ponto e Outros Contos”
Outra obra que demonstra o furacão de emoções vividas e sentidas por Caio Fernando Abreu. Os contos — que misturam prosa e poesia — são divididas em 10 histórias que abordam isolamento, solidão e angústias. Um dos capítulos mais emocionantes é aquele em que um jovem tenta se abrir com a mãe sobre sua sexualidade, mas não consegue.
“Os Dragões Não Conhecem o Paraíso”
É um dos livros mais badalados do autor gaúcho. Aqui, Caio fala de seus temas corriqueiros em 13 capítulos independentes entre si, mas que podem ser conectados a partir da interpretação de cada leitor. O livro levou o Prêmio Jabuti em 1988.
“Pequenas Epifanias”
A obra segue o estilo de publicações anteriores. São crônicas curtas sobre amor, sexo, desencontros afetivos e saudade. Por reunir trabalhos feitos entre 1986 e 1995, o livro mostra uma face mais pessimista de Caio, que descobriu ter contraído o vírus HIV em 1994.
“Ovelhas Negras”
Na introdução do livro, publicado em 1995, o autor sintetiza perfeitamente o conteúdo da obra: “Nunca pertenci àquele tipo histérico de escritor que rasga e joga fora. Ao contrário, guardo sempre as várias versões de um texto, da frase em guardanapo de bar à impressão no computador. Será falta de rigor? Pouco me importa. Graças a essa obsessão foi que nasceu ‘Ovelhas Negras’, livro que se fez por si durante 33 anos. De 1962 até 1995, dos 14 aos 46 anos, da fronteira com a Argentina à Europa”.