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Mirian Goldenberg: “A pressão social para ser feliz traz infelicidade”

A antropóloga participa do projeto Diálogos Contemporâneos, nesta terça-feira (12/6), no Museu Nacional da República

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1 de 1 mirian - Foto: Divulgação

A solidão, o medo e o estresse são alguns dos sentimentos responsáveis por tornar o Brasil um dos países com maior número de consumidores de psicotrópicos do mundo. Conhecida por suas investigações sobre o comportamento humano, a antropóloga e escritora Mirian Goldenberg dirige, nesta terça-feira (12/6), às 19h, o projeto Diálogos Contemporâneos, no Museu Nacional da República (Eixo Monumental).

A pesquisadora, que tem como foco os novos arranjos conjugais na cultura brasileira, irá propor reflexões sobre o tema O Espaço do Amor e da Afetividade nas Grandes Cidades. “Eu vou falar sobre como é possível amar em tempos de violência, a partir das pesquisas conduzidas por mim há 30 anos”, adianta.

De acordo com Goldenberg, apesar de haver um processo por mais igualdade – e, principalmente, um grito por liberdade sexual para as mulheres –, as expectativas entre os gêneros ainda divergem quando o assunto é a relação afetiva. “Por mais que os discursos tenham mudado, existe sim uma diferença comportamental entre homens e mulheres, responsável pela maioria dos conflitos”, explica.

Para a autora, enquanto homens possuem uma visão mais prática dos significados de amor e sexo, as mulheres trazem consigo a esperança de algo mais romântico. “Não dá para generalizar e nem é a minha intenção, mas esses são os relatos que ouço ao longo da minha carreira”, afirma a autora. E completa: “Quando essa diferença comportamental se confronta, aparecem as frustrações.”

Apesar da imagem de exportação dos brasileiros, de povo sempre alegre, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o Brasil como o país com mais casos de depressão da América Latina. Segundo a escritora, boa parte dessa tristeza vem justamente da pressão cultural para a felicidade.

Os brasileiros são muito intolerantes com quem faz escolhas diferentes. Se a pessoa é mais introvertida e não adepta de baladas, é vista como infeliz, principalmente nas redes sociais. Quando não se adequam aos comportamentos comuns, acabam sendo isoladas gradativamente. Essa obrigação de ser feliz e de ser o que os outros querem traz infelicidade

Mirian Goldenberg

No debate em Brasília, com entrada franca, Goldenberg também fará um passeio por temas dos mais de 15 livros de sua autoria, entre eles: Toda Mulher É Meio Leila Diniz; De Perto Ninguém É Normal; O Corpo como Capital; Por que Homens e Mulheres Traem?; e o mais recente, Por que os Homens Preferem Mulheres Mais Velhas?.

“Venho percebendo, desde as minhas primeiras obras, o quanto as relações amadureceram. As mulheres não ficam mais em um casamento por dependência financeira ou emocional”, considera. Para a colunista, estar sozinho ou namorando não deve ser o mote de sentir-se bem consigo mesmo. “O Dia dos Namorados é um massacre consumista que faz a gente se sentir mal. As pessoas se encontram enquanto estão bem”, conclui.

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