Minibibliotecas públicas espalham literatura pelo DF: saiba onde encontrar
A iniciativa está presente em vários países do mundo e tem como objetivo estimular a leitura e a interação entre a comunidade
atualizado
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As Pequenas Bibliotecas Públicas são um sucesso pelo mundo. Organizadas pelo movimento Little Free Library, elas surgiram com o objetivo de integrar a comunidade, inspirar novos leitores e aumentar o acesso de todos aos livros. São mais de 60 mil “casinhas” registradas em diversos países, promovendo a troca de milhões de obras anualmente. No Distrito Federal, a iniciativa começa a ganhar espaço nas praças e também em locais residenciais. A primeira minibiblioteca foi instalada pela Preserva, Associação de Moradores da SHIS 26, no Lago Sul, em dezembro de 2020 e conta com a plaquinha de registro da Little Free Library e localização no mapa do site.
O projeto inspirou Priscila Castello Branco, advogada e estudante de psicologia de 42 anos, a construir uma nova biblioteca, também na SHIS 26, em frente à sua casa. Ela incentiva o registro da casinha, mas conta que muita gente não compra a placa do site por conta do alto custo, em torno de R$ 275.
“A ideia é deixe um livro e pegue um livro, então a pessoa pode fazer a mini biblioteca e não colocar a plaquinha também. O importante é incentivar a leitura e colocar os vizinhos e visitantes do local em contato, possibilitando encontros e trocas de experiências agradáveis”, explica.
Águas Claras
Em Águas Claras, na Quadra 301, Marlúcia dos Santos, professora aposentada de 59 anos, também seguiu a iniciativa. Atualmente voluntária da Associação Viva e Deixe Viver, ela é contadora de histórias e mediadora de leitura na pediatria do Hospital Regional da Ceilândia. Envolvida profissionalmente com a literatura, ela reforça a importância das pequenas bibliotecas públicas.
“O que sempre me motiva é oportunizar o acesso ao livro infantil a todas as crianças, proporcionar um momento de trocas afetivas e estimular a leitura em qualquer ambiente. A leitura diverte, transforma as pessoas e consequentemente o mundo”, conta.
A professora aposentada tem uma relação ainda mais profunda com os livros, para além da profissão. Possibilitar que outras pessoas possam realizar essa troca é a realização e oportunização do sonho que um dia foi dela.
“Sempre fui uma criança que gostava de ler, mas na minha época não tinham bibliotecas nas escolas públicas. Minha mãe se esforçava ao máximo para comprar o que a professora pedia, então, para mim, livro sempre foi um artigo de luxo. Hoje em dia temos muitas crianças na mesma situação. Promover a literatura é essencial para a igualdade social”, pontua.
Em setembro, o Distrito Federal ganhou mais uma “casinha”, também em Águas Claras, na Praça Jandaia, na Quadra 205. Inspirada pelas outras espalhadas na capital, Adriane Ribeiro, publicitária de 28 anos, contou com a ajuda do sogro, marceneiro, para construir a mini biblioteca e não deixa de incentivar os amigos a participarem do projeto.
“O pessoal está gostando. Já vi muitos livros entrando e saindo em poucas semanas de funcionamento. Espero que a ideia se espalhe, é um projeto para todas as idades. Em um país que não valoriza a literatura como deveria, cabe a própria população tentar salvar esse hábito que faz tão bem a todos”, reflete.
Na Bahia
No Brasil, Salvador é o estado com mais minibibliotecas registradas no mapa do site da Little Free Library, com 17 localizações. No Distrito Federal, segundo informações de Priscila Castello Branco, além das citadas acima, também existe uma na 313 Sul, outra na SHIS 28 e há a expectativa pela criação de uma nova na 211 Sul. Mais informações podem ser encontradas no site oficial do projeto.
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