Marina Oliveira estreia no mercado literário com Debaixo dos Ipês
Livro reúne 36 crônicas com relatos de superações pessoais da escritora brasiliense
atualizado
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A necessidade de transformar sentimentos em palavras acompanha a jornalista Marina Oliveira desde a infância. Com o tempo, o hobby de escrever diários foi ressignificado. Tornou-se um processo de autodescoberta, de digerir e eternizar acontecimentos e de se encontrar como escritora. Assim, surge Debaixo dos Ipês — Crônicas Afetivas, livro de estreia da autora, lançado recentemente pela editora Chiado.
“Em 2015, quando meu marido faleceu, a escrita foi um meio de eu passar pelo luto. Escrevi sem perspectiva, mas num processo bem profundo”, lembra Marina. No ano seguinte, após perder o emprego, foi incentivada por uma amiga a publicar os textos em um blog. Deu certo. Vivendo e Escrevendo conta com mais de 16 mil acessos, de leitores de todo o mundo. O sucesso na internet motivou a escritora a procurar uma editora.
Segundo a autora, Brasília está presente de todas as formas na obra, seja como paisagem dos acontecimentos, seja em trechos de crônicas como em Geografia da Alma, no qual diz ter um cerrado com ipês floridos dentro de si, onde se abriga e se encontra. “Mas é o Cerrado que me faz sentir diferente, num dia de sol como se o céu fosse o chão ou o mar, me fazendo voar só por estar deitada embaixo de um ipê”.
Capa do livro Debaixo dos Ipês — de Marina Oliveira, Ed. Chiado, 182 páginas. R$ 30
Apesar de ser inspirada por títulos como Outros Escritos, de Clarice Lispector, Marina ressalta a falta de preocupação na busca por uma técnica narrativa. A despretensão resultou em um relato repleto de personalidade, em um tom de conversa honesto, presente nas 182 páginas do livro.
É só a minha trajetória e a minha busca por verdade contadas na esperança de que as pessoas encontrem seus sentimentos. Que possam descobrir suas próprias vozes e percam o medo de se colocarem no mundo
Marina P. P. Oliveira
De acordo com a jornalista, mesmo tratando de situações íntimas, os dilemas são comuns a todas as pessoas. “Esse livro fala de experiências pessoais, mas universais como perdas, luto, maternidade… Por isso tenho tido tantos retorno de identificação”, conclui.