Marina Abramović cita experiência nos arredores de Brasília em livro
A performer conheceu as cachoeiras da Chapada dos Veadeiros e a casa do médium João de Deus, em Abadiânia (GO)
atualizado
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Em 2013, a performer sérvia Marina Abramović veio ao Brasil para conhecer os rituais do país. A experiência, vista como de extrema importância para a artista, não passou batida em seu livro “Pelas Paredes – Memórias de Marina Abramović” (editora José Olympio, R$ 69,90), lançado neste mês.
Ao pisar no Brasil, a artista optou começar sua peregrinação pelo Goiás, conhecendo algumas atrações localizadas a poucos quilômetros de Brasília. Entre os pontos visitados estão as cachoeiras da Chapada dos Veadeiros e a casa do médium João de Deus, em Abadiânia (GO).
A experiência por esses locais – e outras em diferentes estados – foi contada no documentário “Espaço Além – Marina Abramović e o Brasil” (2016) e virou tema da exposição performática “Terra Comunal”, que ficou em cartaz durante 2015, em São Paulo.Na autobiografia, Marina classifica a Chapada dos Veadeiros como um dos “locais de poder”, afirmando sentir uma “energia especial” entre “quedas-d’água, árvores, rios, insetos, plantas e pessoas”. Marina também colocou que a mostra “Terra Comunal” foi a maior performance realizada por ela e outros artistas de seu grupo.
História
“Pelas Paredes” faz uma ampla retrospectiva pela vida da artista. Na autobiografia, Marina conta que sua primeira “ação performática” foi aos 14 anos. Ela ateou fogo em uma obra de arte que tinha feito para a aula de pintura e afirmou: “Isso é um pôr do sol”.
A autobiografia passa também por outros momentos marcantes de sua trajetória, como a passagem pela Academia de Belas Artes de Belgrado, capital da Sérvia, e o relacionamento amoroso conturbado com o artista Ulay, que acabou após uma longa caminhada pela Muralha da China.
Também são citados no livro os bastidores de algumas de suas principais performances, como a “Rhythm 10” (1973), que consistia em fincar facas no espaço entre os dedos de uma das mãos o mais rápido possível, se expondo a quase inevitáveis cortes, e a “The Artist Is Present”, que levou 850 mil visitantes ao Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em 2010.