Mala do Livro incentiva ao hábito da leitura na comunidade
As bibliotecas domiciliares ficam nas residências dos agentes de leitura, que emprestam livros cedidos pela Secretaria de Cultura do DF
atualizado
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Em Sobradinho, Marluce da Silva Franco, de 58 anos, hospeda a biblioteca domiciliar do projeto Mala do Livro, da Secretaria de Cultura. A estudante de biblioteconomia conta que o programa mudou a rotina da vizinhança, que não tinha o hábito da leitura.
Na varanda de casa, onde fica a caixa-estante cheia de livros, várias crianças da guarda mirim local escutam Marluce contar histórias de Alice no País das Maravilhas. Para muitas delas, é a primeira vez que passam por essa experiência.
Agente de leitura desde 1994, a voluntária considera o trabalho um resgate da língua portuguesa. “Com a internet, as crianças criaram um dialeto novo, e o português vai caindo no esquecimento”, lamenta. “O contato com o livro é importante para o desenvolvimento delas.”Bibliotecas
As bibliotecas domiciliares da Mala do Livro ficam nas residências dos agentes de leitura, que emprestam livros cedidos pela Secretaria de Cultura. Os empréstimos podem durar sete dias e ser renovados, caso outras pessoas não tenham feito reserva.
A média para cada uma das caixas-estantes é de 150 exemplares, que vão desde literatura infantil, infantojuvenil, brasileira, estrangeira a livros de pesquisa. As trocas do acervo ocorrem a cada três meses.
São 42.230 obras distribuídas nas 280 Malas do Livro, que atendem tanto as bibliotecas domiciliares quanto as institucionais. O público é bem diverso: crianças, adolescentes, pessoas que estudam para concursos, alunos do Programa de Avaliação Seriada (PAS).
As minibibliotecas estão disponíveis também para unidades hospitalares, presídios, Centros de Orientação Socioeducativos (Coses), Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), centros olímpicos, estações de metrô e para agentes comunitários da leitura.
A coordenação da Mala do Livro conta com três bibliotecárias, que fazem da seleção à preparação técnica. Todos os livros são cadastrados, carimbados e identificados, e cada uma das caixas fica sob a responsabilidade de alguém, à exceção das encontradas em estações de metrô. Nesse caso, os exemplares podem ser pegos livremente.
Qualquer pessoa que tenha interesse em receber uma caixa-estante pode ser um agente de leitura. Para isso, basta preencher uma ficha de inscrição na Gerência da Mala do Livro, na Secretaria de Cultura.
Criação
Com o intuito de facilitar o acesso do leitor ao livro, o projeto começou em Samambaia, em 1991, com dez caixas-estantes e se tornou referência para outras regiões administrativas.
Hoje, ele é encontrado em todas e na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride). Em Sobradinho, há 11 Malas do Livro: três institucionais e oito domiciliares.
Para a gerente da Mala do Livro, Maria José Vieira, o trabalho é muito gratificante e cumpre o papel de aproximar o livro do leitor. “Pessoas que não estudavam voltaram a estudar”, exemplifica. Em março, a Secretaria de Cultura comprou mais 3 mil exemplares para compor o acervo de 69 mil livros cadastrados.
Segundo Maria José, havia sete anos que não se adquiriam novas publicações. “Conseguimos mais obras exigidas no PAS e material atualizado para concurso, além de outros sobre meio ambiente.”
De acordo com levantamento anual da gerência do projeto, em 2016, foram emprestados 1,5 milhão de livros.
Para doação de livros:
Gerência da Mala do Livro
Via N2, anexo do Teatro Nacional
(61) 3325-2607 e 33256265
E-mail: maladolivro@gmail.com