Livro infantojuvenil narra história de garoto transgênero de 10 anos
“George” foi escrito pelo americano Alex Gino, que se considera um genderqueer, ou que não tem gênero definido
atualizado
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No momento em que se discute tanto as questões de transgêneros, a Galera Record lança livro voltado ao público infantojuvenil — 10 a 14 anos — cujo protagonista é um menino que se vê como menina. O autor de “George” é o americano Alex Gino (foto no alto), ele mesmo um genderqueer, ou seja, que não tem um gênero definido.
No enredo, George é (aparentemente) um garoto, que nem sequer pensa ainda em namorar, mas já sabe que é menina — e preferia ser chamado de Melissa. O personagem vê uma oportunidade de contar isso a todo mundo quando a professora da escola organiza uma encenação da peça “A Menina e o Porquinho”.
George quer fazer a protagonista, uma aranha chamada Charlote, mas enfrenta a pressão da professora, da mãe e o bullying dos colegas da escola.
Em entrevista ao New York Times, o autor contou que escreveu o livro que gostaria de ter lido. “Eu queria que pessoas trans contassem também histórias trans”, disse Gino — nova-iorquino que hoje mora em São Francisco.
Ele começou a escrever o livro há 12 anos e fez pelo menos uma dúzia de rascunhos até chegar ao texto final. Na narrativa, o escritor usa o pronome feminino para se referir a George. A intenção é colocar o leitor sob a perspectiva do personagem, que se incomoda ao ser visto pelos outros como menino.
A Galera Record, que lança o livro no Brasil, já editou outros títulos relacionados a questões de gênero e homoafetividade, como “Dois Garotos se Beijando”, “Garoto Encontra Garoto”, ambos de David Levithan, e “Will & Will”, de John Green.
