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Kim Phuc: saiba como está a menina da icônica foto da guerra do Vietnã

Em entrevista ao Metrópoles,, a sobrevivente fala sobre a superação dos traumas e novo livro autobiográfico, A Menina da Foto

atualizado

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Nick Ut/Divulgação
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1 de 1 vietnã red 2 - Foto: Nick Ut/Divulgação

Era junho de 1972, quando um ataque químico ao vilarejo de Trang Bang, no Vietnã, mudou para sempre a vida Kim Phuc Phan Thi, à época com apenas 9 anos de idade. O registro da fuga desesperada da menina ganhou o mundo e a tornou símbolo das barbáries de uma guerra que matou milhões de civis vietnamitas, entre novembro de 1955 e abril de 1975.

Hoje aos 55 anos, radicada no Canadá, casada, mãe e avó, a sobrevivente lança seu primeiro livro, A Menina da Foto: Do Horror da Guerra ao Caminho da Paz. “Minha esperança e preces estão voltadas para que as pessoas leiam a minha história, minha jornada e aprendam sobre o amor, a paz e o perdão de Deus”, afirma Kim, em entrevista ao Metrópoles.

Já nas primeiras páginas da obra, a sobrevivente prepara os leitores para o tipo de relato que está por vir. De acordo com Kim, diferente de outros autores fizeram um trabalho completo sobre a história, geografia e bombardeios. Ela, no entanto, propôs narrar as lembranças da superação pessoal que a levam do “medo paralisante” à paz interior.

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Em 2017, Nick Ut refez a foto com Kim Phuc e outros  sobreviventes do ataque
Kim passou por longo tratamento para tentar amenizar as queimaduras na pele
No livro ela narra também o casamento e o nascimento do primeiro filho?
A Menina da Foto — Minhas Memórias: Do Horror da Guerra Ao Caminho da Paz
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Ganhador do prêmio Pulitzer, Nick Ut fez vários registros do fatídico dia

Bettmann/CORBIS
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Em 2017, Nick Ut refez a foto com Kim Phuc e outros sobreviventes do ataque

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Kim passou por longo tratamento para tentar amenizar as queimaduras na pele

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No livro ela narra também o casamento e o nascimento do primeiro filho?

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A Menina da Foto — Minhas Memórias: Do Horror da Guerra Ao Caminho da Paz

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O livro, de 317 páginas, é dividido em quatro partes, cada uma com um título sobre os momentos de sua vida. Na primeira, intitulada Um Corpo em Chamas, Kim narra, a partir de uma perspectiva infantil, os fatos que a levaram até a estrada, conhecida como Rodovia 1.

Saiam! Corram!
Precisamos sair deste lugar! Aqui não é seguro!
Vão destruir tudo! Vão, crianças, corram primeiro!

Kim Phuc Phan Thin

Após obedecerem às ordens dos soldados, a menina, dois irmãos e dois primos correram o mais rápido que as pequena pernas permitiram. Pouco depois, viram quando um avião num voo rasante dispersou quatro bombas químicas de Napalm — substância capaz de queimar tudo a sua volta. “Antes que eu conseguisse absorver tudo que estava acontecendo, o fogo tomou conta de todo o lado esquerdo do meu corpo”, descreve.

Em A Menina da Foto, Kim relata, também, os desdobramentos de ter sua imagem circulando pelo mundo. Desde ter sua biografia explorada pela mídia da época, passando pela conversão ao cristianismo e os diversos tratamentos para minimizar as queimaduras, até o casamento e o nascimento do primeiro filho. “Foi milagre sobre milagre”.

Divulgação
A Menina da Foto: Kim Phuc Phan Thi, Editora MC, 320 páginas, R$ 49,90

 

Entrevista com Kim Phuc:

Qual a principal transformação causada na sua vida após o registro de Nick Ut?
Eu diria que a data mais importante na minha vida depois daquela foto de 1972 é o dia de 25 de dezembro de 1982, quando aceitei Jesus Cristo como o meu próprio Salvador, e então descobri a verdadeira paz.

Qual a importância do trabalho de fotógrafos e jornalistas que se arriscam em zonas de conflito para divulgar para o mundo as barbáries das guerras?
Sou muito grata que senhor Nick Ut esteve no local, naquele momento de minha vida, e rezo por todos os jornalistas e fotógrafos que arriscam suas vidas para capturar tais momentos de violência, e claro, dor e sofrimento.

O que te motivou a continuar lutando pela vida, mesmo quando as dores físicas e emocionais eram tão fortes e pareciam não ter fim?
Eu agradeço a Deus por meus pais e minha família, que me amaram e cuidaram de mim; bem como os médicos e enfermeiras. Minha dor e sofrimento eram realmente enormes, mas meu amor por minha família era, e ainda é, igualmente grande. Também tinha o sonho de me tornar uma médica e ajudar os necessitados.

46 anos depois, você ainda carrega traumas do terror que viveu na sua infância?
Sou muito agradecida que, através da minha fé em Deus, não carrego nenhum trauma. As memórias e o horror estão sempre comigo – mas encontrei a verdadeira paz em minha vida.

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