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Irene Ravache é tema de livro de fotos que retratam sua carreira

Cacau Hygino reuniu importantes momentos da trajetória da atriz em 192 páginas

atualizado

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Não é fácil acreditar, mas Irene Ravache jura que detesta fazer pose para fotografias. “Certa vez, aceitei ser clicada para um ensaio de uma grande revista e, na hora, quando preparavam luz e flash, me arrependi”, conta. “Eu me sinto muito mal, desconfortada, e, para enfrentar aquele desafio, comecei a rezar – não sei quantas Salve, Rainha declamei naquele dia.” Na verdade, o que ela não gosta é de posar como Irene Ravache. “Quando interpreto algum personagem, não vejo nenhum problema.” É o que justifica a qualidade do livro “Simples Assim, Irene” (M Books), de Cacau Hygino, que será lançado nesta terça-feira (27/10), no Rio de Janeiro.

Trata-se de uma carinhosa fotobiografia, com imagens de todos os momentos da carreira de Irene, em cena atualmente na novela “Além do Tempo”. E não é pouca coisa – estreando profissionalmente em 1962, a atriz já contabiliza 22 peças teatrais, 32 trabalhos na TV entre novelas e séries, e 13 filmes de cinema. E a foto de cada trabalho vem acompanhada de alguma frase marcante daquele personagem. “Uma biografia tradicional não condizia com a personalidade de Irene – mulher prática, moderna e simples”, justifica Cacau Hygino, que já escreveu sobre a vida e a obra de Nathalia Timberg. “Foi isso que também inspirou o título do livro.”

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De fato, com exceção de uma rápida biografia logo no início, a obra é uma coleção de imagens de importantes momentos da cultura brasileira. Afinal, Irene participou de espetáculos teatrais marcantes, como Roda Cor de Roda (1975), De Braços Abertos (1984), Intimidade Indecente (2003) e, mais recentemente, Meu Deus!; na TV, entre tantos trabalhos, esteve no elenco de Beto Rockfeller (1968), novela da Tupi que modernizou a teledramaturgia brasileira; e, no cinema, tem passagens definitivas em Lição de Amor (1975) e Doramundo (1978).

Ainda que o teatro sempre fosse sua verdadeira casa, Irene Ravache passou boa parte de sua carreira também na televisão, especialmente no início, quando precisa complementar o parco salário oferecido pelos palcos. E, curiosamente, ela não começou em uma novela – em 1962, na extinta TV Rio, Irene estreou na telinha com o programa Pergunte ao João, apresentado pelo professor e pesquisador João Evangelista. No ano seguinte, Irene assumiu o comando, em que lia questões enviadas por telespectadores do tipo “por que derrubar sal dá azar?” e que eram respondidas por uma marionete.

Irene também teve uma curiosa passagem pelo telejornalismo, ainda na TV Rio, em 1964, quando lia notícias leves. “Eu estava cercada de feras: Heron Domingues (famoso no rádio pelo Repórter Esso), Léo Batista, Ibrahim Sued, Nelson Rodrigues, João Saldanha, Borjalo. A direção era dividida entre Walter Clark e Armando Nogueira. Eu, ali naquele meio, grávida do primeiro filho, Hiram.”

A necessidade obrigou-a a se desdobrar: Irene conciliava televisão, teatro e, de quebra, encerrava o dia no teatro de revista de Carlos Machado, conhecido como o Rei da Noite.

“Simples Assim, Irene”
Autor: Cacau Hygino
Editora: M.Books (M. Books, 192 págs., R$ 69)

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