Flip começa nesta quarta-feira discutindo o legado de Lima Barreto
A historiadora Lilia Moritz Schwarcz e o ator Lázaro Ramos farão homenagem ao escritor carioca
atualizado
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A Festa Literária Internacional de Paraty abre nesta quarta (26/7), sua 15ª edição, dessa vez celebrando a vida e a obra de Lima Barreto. A mesa inaugural, “Lima Barreto: Triste Visionário”, leva o mesmo título da cuidadosa biografia que Lilia Moritz Schwarcz lançou recentemente – a historiadora faz a conferência de abertura acompanhada por Lázaro Ramos, que lerá trechos da obra do homenageado, com direção de cena de Felipe Hirsch.
A mesa começa às 19h15, com transmissão ao vivo pelo site oficial da Flip. Em seguida, o pianista e compositor André Mehmari apresenta um trabalho inédito, a Suíte Policarpo, inspirado no mais famoso personagem criado por Barreto.
Na quinta-feira, às 12h, um painel debate o lugar do escritor no cânone da literatura brasileira. Na sexta (28), também ao meio-dia, o caráter “moderno antes dos modernistas” de Lima está em debate na programação principal, e, às 15h, será discutida sua relação íntima com os subúrbios – tanto das cidades quanto da Academia e dos espaços oficiais.O que se antevê para essa Flip é um homenageado muito mais presente, nos debates e no espírito da Festa, do que em outras edições recentes – isso porque, também, muitos dos temas de Lima Barreto seguem atuais e urgentes para a sociedade.
A pedido do Estado, convidados brasileiros da programação oficial da Flip – um misto de especialidades, idades e origens – responderam às seguintes perguntas: “Por que é importante ler Lima Barreto hoje?” e “Quem é Lima Barreto para você?”. Nesta página, estão alguns trechos das respostas.
“Lima Barreto sempre nos surpreende pelo que parece ser a sua extrema atualidade. Claro que, se tomarmos o termo ‘atual’ literalmente, seria preciso lembrar que esse foi um escritor imerso no contexto em que conviveu: o momento da pós-abolição, que prometia tanta liberdade mas apresentou os mesmos clientelismos e hierarquias já antes conhecidos; o período da Primeira República, que advogou a inclusão, mas entregou a exclusão social.”