Escritora Lygia Fagundes Telles, acadêmica da ABL, morre aos 98 anos
Lygia fazia parte da Academia Brasileira de Letras e era conhecida como “a dama da literatura brasileira”
atualizado
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A escritora paulista Lygia Fagundes da Silva Telles (foto em destaque) morreu aos 98 anos. A informação foi revelada pela coluna de Ancelmo Gois, de O Globo. De acordo com pessoas próximas, ela teria falecido de causas naturais, em casa, na cidade de São Paulo.
Integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL), Lygia Fagundes da Silva Telles era conhecida como “a dama da literatura brasileira”. Sua estreia literária foi com o livro de contos Porão e Sobrado (1938), que foi bem-recebido pela crítica.
Vencedora de prêmios, como o Jabuti e Camões, em 1977, Lygia era formada em direito, tendo cursado a faculdade do Largo do São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).
Homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura.
Quarta ocupante da Cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Letras, Lygia foi eleita em 24 de outubro de 1985, na sucessão de Pedro Calmon, e recebida em 12 de maio de 1987 pelo acadêmico Eduardo Portella.
Lygia nasceu em São Paulo e passou a infância no interior do estado, onde o pai, o advogado Durval de Azevedo Fagundes, foi promotor público. A mãe, Maria do Rosário (Zazita), era pianista.
Na adolescência, manifestou-se a paixão, ou a vocação, de Lygia para a literatura, incentivada pelos seus maiores amigos, os escritores Carlos Drummond de Andrade e Erico Verissimo.
Mais tarde, contudo, a escritora viria a rejeitar seus primeiros livros, porque, em sua opinião, “a pouca idade não justifica o nascimento de textos prematuros, que deveriam continuar no limbo”.
Lygia Fagundes Telles considerava Ciranda de Pedra (1954) o marco inicial de suas obras completas.