Escritor brasiliense ganha fama na Coreia e tem livro inspirado no DF
Roger Mello é o único ilustrador da América Latina a ganhar o Prêmio Hans Christian Andersen – o Nobel da literatura infanto-juvenil
atualizado
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O escritor Roger Mello, de 52 anos, tem uma trajetória artística incomum para um brasiliense. Responsável por ilustrar mais de 100 obras e escrever outras 20, especializou-se em literatura infanto-juvenil e se tornou notoriamente reconhecido na Coreia do Sul. Neste mês, ele lança “W”, seu primeiro trabalho voltado a adultos.
Formado em Desenho Industrial no Rio de Janeiro, Roger se aventurou em diferentes campos da arte – como pintura, escrita e teatro. Aliás, o livro “W” foi pensado para ser uma peça teatral, mas acabou se tornando um romance adulto.
O escritor afirma que a nova obra, de certo modo, diz respeito à capital. “Passei 30 anos fora da cidade, mas sou um brasiliense nato. O romance se passa em um momento desconhecido da história, mas a geografia do espaço foi inspirada em Brasília”, explica.
Crescimento profissional
Roger Mello ganhou reconhecimento internacional ao receber, em 2014, o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil. Além disso, ganhou o prêmio Jabuti 10 vezes e foi premiado como o melhor autor estrangeiro na China pelo Chen Bochui International Children’s Literature.
Seu sucesso no mundo afora chamou atenção de um país pouco conhecido por aqui: a Coreia do Sul. Após ter sido selecionado com escritores de 40 países para desenhar um livro sobre praias no país asiático, Roger desenvolveu afinidade com os editores locais e se tornou presença constante por lá.
Tornou-se jurado do Nami Concours, importante prêmio de ilustração infantil, e passou a visitar a Coreia ao menos quatro vezes por ano, em viagens que duram entre 10 a 20 dias. “Os dois países são muito diferentes, mas eles reconhecem a força da criatividade brasileira”.
O escritor acredita que seu diferencial está no tratamento que dá ao texto e às ilustrações. “Palavra e imagem são a mesma coisa”, atesta. Além disso, ele afirma que a cor não deve ser, de jeito nenhum, sinônimo de alegria.
A cor-dor é muito desejada. A felicidade é banal, não sacia.
Roger Mello
Entre as principais obras escritas por Roger Mello estão “A pipa”, “Menino do Mangue”, “Carvoeirinhos” e “João Por um Fio”.