Filho de Pablo Escobar mostra como a corrupção levou o pai ao sucesso
Em “Pablo Escobar em Flagrante”, Juan fala sobre as conspirações internacionais que envolviam o narcotraficante colombiano
atualizado
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Depois de lançar o livro “Pablo Escobar, Meu Pai” em 2014, Juan Pablo Escobar volta às livrarias com a obra “Pablo Escobar em Flagrante”. Dessa vez, o filho do famoso narcotraficante relata a corrupção internacional que garantiu impunidade e crescimento ao criminoso colombiano.
O livro relata, por exemplo, a controversa relação entre Pablo Escobar e Berry Seal, piloto da Agência de Inteligência Americana (CIA) e informante do Órgão de Controle para Drogas (DEA), ambas instituições dos Estados Unidos (EUA). O homem era uma espécie de agente duplo que transportava heroína para o narcotraficante em voos ilegais.Após trabalharem juntos, Seal tentou entregar Pablo, que, ao descobrir tudo, mandou executar o piloto. Além de contar os detalhes sobre seus negócios e traições, Juan trouxe à tona uma mensagem que Aaron, filho do norte-americano, enviou a ele em julho de 2016.
Escrevo com humildade para pedir que você perdoe meu pai, que se dispôs a prestar depoimento contra o seu e os sócios dele. Ele só queria salvar a própria pele – e pagou caro por isso
Aaron Seal
Além disso, Juan revela crimes cometidos por Escobar que ainda não tinham sido confirmados. Entre eles, o ataque contra o político colombiano Antonio Navarro Wolff, ocorrido no ano de 1985. Em vida, o narcotraficante havia dito que o culpado pelo atentado seria Héctor Roldán, narcotraficante muito próximo à família do “patrón”.
Conversas
Durante os eventos de divulgação do primeiro livro, Juan Pablo Escobar teve oportunidade de conhecer diversas pessoas que contaram outras histórias sobre seu pai. Fatos que, segundo o escritor, nunca tinham sido revelados à família.
Falo da corrupção internacional que permitiu ao meu pai chegar aos extremos. Não o eximo da responsabilidade, mas mostro o outro lado da moeda
Juan Pablo Escobar
A busca pelo “outro lado” motivou Juan Pablo a procurar outros filhos de criminosos que viveram a experiência de perder o pai. “Eu não quis me tornar um Pablo Escobar 2.0. Tive que reinterpretar minha própria história e reparar o que meu pai havia destruído na sua trajetória”, explica.