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Em livro, neto de Che Guevara ironiza revolução cubana

Canek Sanchéz Guevara morreu em 2015 aos 40 anos, idade próxima a de seu avô revolucionário, morto quando tinha 39 anos

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Canek Guevara
1 de 1 Canek Guevara - Foto: Divulgação

Por ironia do destino, o Che Guevara e seu neto Canek Sanchéz Guevara morreram quase com a mesma idade. O revolucionário foi morto pelo exército boliviano em 1967 com 39 anos, enquanto seu parente perdeu a vida em 2015, aos 40 anos, após complicações de uma cirurgia cardiovascular.

Não só a morte une os Guevara: ambos também eram escritores. Porém, enquanto Che ganhou reconhecimento por seus poemas e manifestos políticos em vida, o único livro escrito por Canek, “33 Revoluções e Cinco Contos” (ed. Planeta, R$ 33,90) foi publicado um ano após seu falecimento, sendo traduzido para o Brasil apenas no início de 2017.

Diferente do que se esperava, Canek – filho de guerrilheiros da extrema-esquerda e anarquista declarado – fez uma novela ironizando o movimento político cubano. As revoluções citadas no título dizem respeito à chegada do socialista Fidel Castro ao poder, mas também indicam as voltas que um disco (arranhado, afirma o protagonista da obra) dá para que a música continue tocando.

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Nascido na argentina, Che Guevara se tornou um dos principais símbolos do comunismo
Che Guevara durante discurso proferido na sede da ONU, em Nova York (EUA)
Além de sua atuação na guerrilha comunista, Che Guevara foi médico, escritor e jornalista
Che Guevara foi executado pelo exercito boliviano em 1967
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O registro mais famoso de Che Guevara foi feito em 1960 por Alberto Korda em um memorial dedicado às vítimas da explosão de La Coubre, em Havana, capital de Cuba

Alberto Korda/Divulgação
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Nascido na argentina, Che Guevara se tornou um dos principais símbolos do comunismo

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Che Guevara durante discurso proferido na sede da ONU, em Nova York (EUA)

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Além de sua atuação na guerrilha comunista, Che Guevara foi médico, escritor e jornalista

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Che Guevara foi executado pelo exercito boliviano em 1967

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ReproduçãoA obra
“33 revoluções” é, acima de tudo, um relato sobre essa nova geração de cubanos que se decepcionaram com os ideais da revolução comunista que domina o país há 58 anos.

O protagonista, um homem negro e filho de militantes – assim como foi o próprio Canek –, passa a reconhecer os problemas de seu cotidiano a partir da leitura de livros proibidos pelo governo que estavam escondidos por um vizinho russo.

Daí, a burocracia, as decepções com seus amigos e familiares (a mãe fugiu do país e o pai morreu após ser acusado de peculato) e o cinza dos prédios decadentes passam a tomar conta de seus pensamentos, girando como as revoluções de um disco quebrado.

O desapontamento culmina em uma oposição ao governo e em uma vontade (que aumenta ao longo da narrativa) de partir do país – ocasionando uma trajetória trágica ao protagonista. Os cinco contos também presentes na obra acentuam o olhar irônico sobre o sistema político do país

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