Desenhos Ocultos aborda temas sociais e ganhará adaptação na Netflix
Jason Rekulak, autor do livro, lançado no Brasil pela editora Intrínseca, deu mais detalhes da obra ao Metrópoles e contou sobre a adaptação
atualizado
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Próximo ao Halloween, o autor Jasol Rekulak investiu no lançamento de um thriller com um pouco de tudo: terror, suspense, drama e até uma dose de romance. A obra Desenhos Ocultos, lançada no Brasil pela editora Intrínseca, acompanha a história de Mallory Quinn, uma jovem de 21 anos recém-saída da reabilitação — e mesmo que pareça repetitivo, a obra carrega um tom de crítica social imenso e tem uma reviravolta que, eu prometo, te deixará chocado.
Mallory consegue um emprego na casa de Ted e Caroline Maxwell, que, aos olhos da vizinhança, levam uma vida perfeita. Sua principal função é tomar conta de Teddy, o filho de 5 anos do casal. A jovem imediatamente se apaixona pelo trabalho: mora em um lugar só seu, sai para dar suas corridas noturnas e alcança a tão desejada estabilidade. Além disso, constrói laços sinceros com a criança, um menino doce e tímido que nunca abandona seu caderno e seu lápis. Mas um dia, algo diferente surge no papel: um homem em uma floresta, arrastando o corpo inerte de uma mulher.
A partir daí, as ilustrações de Teddy vão se tornando cada vez mais sinistras, e seus bonequinhos de palito logo se transformam em desenhos altamente realistas impossíveis de serem feitos por uma criança de 5 anos.
Assustada, Mallory começa a se questionar se os desenhos não seriam vislumbres de um assassinato sem solução ocorrido décadas atrás nas redondezas, talvez relacionados a uma força sobrenatural. Agora, ela precisa correr contra o tempo para decifrar as imagens e salvar Teddy antes que seja tarde demais.
Em conversa com o Metrópoles, Jason revelou que o thriller instigante de Desenhos Ocultos teve seus direitos comprados pela Netflix e vai se tornar um longa-metragem. O autor, no entanto, deixou claro que a produção ainda não tem data de estreia, elenco e outros detalhes definidos.
“Os direitos foram adquiridos pela Netflix e eles planejam adaptar o romance em um longa-metragem. Mas como tenho certeza que você sabe, esses projetos geralmente passam anos em desenvolvimento. Estou mantendo minhas expectativas baixas e esperando por um progresso rápido!”, explica.
Inspiração para o livro
Rekulak, que contou com a ajuda de Doogie Horner, designer do best-seller O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, e Will Staehle, que já assinou trabalhos para Michelle Obama e Guillermo Del Toro, para a produção da obra, afirmou que sua ideia de Desenhos Ocultos surgiu pois desejava incluir ilustrações “em um romance para o público adulto”.
“Eu comecei a escrever Desenhos Ocultos porque queria escrever um romance com ilustrações para um público adulto. Tenho certeza que existem alguns leitores que encaram a ficção ilustrada como infantil ou enigmática, mas acho que é uma maneira interessante de envolver a atenção do século 21. Comecei a me perguntar: e se um romance oferecesse um pouco da mesma emoção visual? Então eu entrei em contato com dois dos meus ilustradores favoritos e todos começamos a trabalhar”, explicou.
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“Eu sabia que queria que as imagens aparecessem em intervalos regulares ao longo do romance, e queria que um personagem da história os desenhasse. Eu queria que as fotos fossem pistas para um mistério. Gostaria que as fotos evoluíssem ou mudassem no decorrer do livro, para que o estilo visual não ficasse muito repetitivo. E, por último, sabia que as fotos tinham que ser em preto e branco, para manter o livro em um preço acessível”, completou.
E, sim, é isso que você mesmo: diferente dos livros convencionais de histórias para adultos, que contam com textos e mais textos ao longo das páginas, Desenhos Ocultos tem ilustrações feitas pelos personagens no meio de suas páginas.
Temas sociais
Além do enredo focado em causar certa tensão e curiosidade no leitor, a obra de Rekulak carrega temas de cunho social que ainda são encarados como “problemas” na atual sociedade. Deixando claro que não tentou “fazer nenhuma declaração aberta ou sutil sobre cristianismo, veganismo, imigração ou qualquer outra coisa” na obra, o autor explicou que sua ideia era apenas retratar um livro que se passa no mundo real, com pessoas que convivem e enfrentam problemas do mundo real.
“Eu li tantos thrillers genéricos que se passam em uma espécie de terra de fantasia neutra, uma versão de nosso mundo onde os personagens não têm opiniões políticas, ninguém discute religião, e ninguém menciona questões incômodas como racismo ou aborto. Essa é uma estratégia inteligente para construir um grande número de leitores, mas não é a vida real”, aponta.
A vida real é confusa. O governo é sempre um compromisso. A religião é infinitamente discutível. E, porque vejo meus personagens como pessoas reais vivendo no mundo real, eles ocasionalmente entram em conflito sobre questões atuais.
Jason Rekulak