Conheça as crianças brasilienses que estão em novo livro de J.K. Rowling
Versão em português de O Ickabog, da autora de Harry Potter, foi ilustrada por 34 brasileiros. Carolina e Luiza são representantes do DF
atualizado
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O lançamento de O Ickabog, novo livro de J.K. Rowling, autora da famosa saga Harry Potter, acontecerá de forma simultânea, mundialmente, nesta terça-feira (10/11). A versão em português da obra infanto-juvenil conta com desenhos de 34 crianças brasileiras, sendo duas brasilienses: Carolina Guedes e Luiza Rodrigues. Todas elas foram escolhidas após vencer um concurso promovido pela escritora.
O Ickabog é uma fábula ambientada em uma terra imaginária, onde um monstro mítico testará a bravura de duas crianças. O reino da Cornucópia já foi o mais feliz do mundo. Tinha muito ouro, um rei com os melhores bigodes que você poderia imaginar, e açougueiros, padeiros e queijeiros cujas comidas deliciosas faziam uma pessoa dançar de prazer. Tudo parecia perfeito, mas nos pântanos enevoados ao norte, segundo a lenda, vivia o monstruoso Ickabog. Quando esse mito ganha vida própria, lançando uma sombra sobre o reino, duas crianças – os melhores amigos Bert e Daisy – embarcam em uma grande aventura para desvendar a verdade.
A história em uma terra imaginária, onde um monstro mítico testará a bravura de duas crianças, é o que chamou atenção de Luiza Rodrigues Langone, de 11 anos. “Dá para se imaginar vivendo nesses mundos. É muito bom”, explica a menina que está no 6º ano do ensino fundamental.
A mãe de Luiza, Fátima Vidal, é professora da Universidade de Brasília (UnB) e conta que a filha transita muito bem pelo campo das artes. Na música, ela toca violino, na artes plásticas, aquarela é sua paixão. Essa foi a técnica usada no desenho selecionado pelo concurso. “Foi uma alegria em meio a todas as delicadezas trazidas pela pandemia do coronavírus”, pontuou Fátima.
Luiza adora a saga de Harry Potter, de J.K. Rowling, e, inclusive, visitou pessoalmente os estúdios da adaptação cinematográfica da obra, em Londres. A menina contou que não esperava que o desenho fosse escolhido. “Me inspirei em um trabalho que fiz no primeiro ano, a rapunzel em cima da torre. Eu nem ia mandar, achei que não tinha ficado tão bom. Quando vi meu nome lá, achei que era fake mas depois recebemos o e-mail, comecei a acreditar mesmo. Fiquei muito feliz”, revelou.
Pai de Carolina Guedes, Luciano Guedes é servidor público e conta, orgulhoso, que a filha sempre teve interesse pelas artes e pela leitura, incentivada pelos pais. “A ilustração dela ter sido escolhida foi uma alegria muito grande, ela realmente se dedico e se envolveu com a leitura do livro. Ficamos muito felizes”, expressou Luciano.
Aos 10 anos de idade, Carolina está no 4º ano do ensino fundamental. Como boa fã da saga de Harry Potter, na hora de escolher a leitura ela não dispensa os gêneros de ficção e aventura. Para fazer a ilustração ela releu os capítulos várias vezes. “Fui voltando os capítulos e procurei fazer os detalhes o mais parecidos possível com o que a autora quis representar no livro”, disse Carolina.
Os vencedores do concurso receberão pelo correio um exemplar de O Ickabog com adesivo com autógrafo da autora J.K. Rowling, além de dois acervos de 20 títulos cada, selecionados pela Editora Rocco – um para si e outro para doar para uma escola ou biblioteca à sua escolha. Luiza irá doar os livros para a Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (CAP) e Carolina para o colégio Ideal, em Águas Claras.
Polêmica
Em julho deste ano a escritora e produtora de cinema britânica J.K. Rowling, 54 anos, reconhecida como autora da saga Harry Potter, esteve sob os holofotes da internet depois de expressar sua opinião em uma sobre um artigo compartilhado por uma revista digital americana.
“Pessoas de gênero não binário menstruam”, diz a nota publicada pela revista digital Devex, o que teria gerado o incômodo de Rowling. “Pessoas que menstruam, tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas, alguém me ajuda?“, questionou ela.
Acusada de transfobia, J.K Rowling foi criticada pelo público, principalmente, pela comunidade LGBTQIA+. Devido à repercussão, em agosto, a escritora anunciou que devolverá à organização de direitos humanos Robert F. Kennedy o prêmio Ripple Of Hope, que foi concedido a ela no ano passado.