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Conheça 10 histórias bizarras da literatura brasileira

Em seu livro “História Bizarra da Literatura Brasileira”, Marcel Verrumo aponta acontecimentos da área quase desconhecidos atualmente

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1 de 1 Literatura - Foto: istock

Você sabia que o primeiro livro publicado por uma mulher é feminista? Que a literatura LGBT saiu do armário no século 19? Que Euclides da Cunha, escritor que contou o massacre de Canudos, foi morto pelo amante de sua esposa? Essas e outras histórias curiosas vêm à tona no livro “História Bizarra da Literatura Brasileira” (Editora Planeta, R$ 41,90), de Marcel Verrumo.

De acordo com o autor, o objetivo do livro é contar um pouco dos bastidores da história literária nacional. “Às vezes, preso a termos técnicos, a escolas literárias e a uma necessidade de preparar alunos para provas de vestibular, o ensino de literatura fica engessado dentro da sala de aula e uma série de histórias apaixonantes sobre nossas letras acaba não sendo ensinada”, afirma Marcel.

O livro é o segundo da coleção História Bizarra, lançada pela editora Planeta. O primeiro da série, escrito pelo jornalista Otávio Cohen, revela fatos curiosos sobre a Segunda Guerra Mundial. Para a produção desta obra, Marcel afirmou ter se debruçado sobre documentos, biografias, estudos acadêmicos e artigos de jornais.

Conheça 10 das 50 histórias contadas por Marcel em seu livro:

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Cláudio Manuel da Costa, poeta barroco que publicou livros como “Vila Rica”, acabou entrando para a história por conta de sua participação na Inconfidência Mineira. Assim como Tiradentes, a história de luta terminou de forma trágica. Enquanto o herói foi executado e esquartejado, o escritor teria se matado ao se enforcar pendurado em um armário. Porém, a versão oficial não convenceu: encontrado no local da morte, seus pés ainda tocavam o chão. Ele teria, alegam os conspiradores, sido morto pelas tropas oficiais.
Este trecho encontra-se em um livro chamado “Amar, gozar, morrer...”, escrito no século 19 por um autor anônimo. Era uma das muitas obras eróticas que poderiam ser encontradas nas livrarias brasileiras àquela época. De olho nos altos números de venda, os “Romances para Homens” (como diziam os selos pregados aos livros) usavam e abusavam de situações que chocassem os leitores: adultério, lesbianismo e voyeurismo eram as características mais procuradas. Inclusive, o formato dos livros eróticos deu início a uma expressão utilizada até os dias de hoje. Feitos em brochura, que eram moles, os leitores o associaram ao pênis que não consegue ficar ereto: os famigerados brochas.
Em 1810, Nísia Floresta escreveu o “Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens”. A precocidade do tema surpreende, mas se torna compreensível quando olhamos a vida da escritora. Nascida no Rio Grande do Norte, ela tinha 13 anos quando foi obrigada a se casar com um rico proprietário de terras. Bastou apenas um ano para que ela voltasse à casa dos pais. Como a família sofreu ameaças por conta do marido abandonado, tiveram que se mudar para Pernambuco. Lá, casou-se novamente e se mudou para o Rio Grande do Sul com seus dois filhos. Ao estourar a Guerra dos Farrapos, viu-se obrigada a ir ao Rio de Janeiro. Lá fundou o Colégio Augusto, para meninas, e começou a empoderar mulheres por meio da educação e da escrita. Após a morte da escritora, que ocorreu em 1885, sua cidade natal, chamada de Papary (RN), passou a levar seu nome.
José Lins do Rego fez a fama com os livros “Fogo Morto” e “Menino de Engenho”, porém seu trabalho não se destinava unicamente ao universo literário. Apaixonado por futebol, foi um dos pioneiros da crônica esportiva e chegou a atuar como secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Aliás, foi ele que fez o famoso texto atestando o Maracanaço, a famosa derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950: “Vi um povo de cabeça baixa, de lágrimas nos olhos, sem fala, abandonar o Estádio Municipal como se voltasse ao enterro de um pai muito amado”.
Em 1895, Adolfo Caminha publicou o “Bom-Crioulo”, um livro que tinha uma história nada convencional. Nele, um marinheiro negro – bastante sensual e violento, diga-se de passagem – apaixona-se perdidamente por um jovem recruta bastante afeminado. O relacionamento, intenso e animalesco, terminaria em tragédia. O livro não chegou a ser um best-seller e foi censurado décadas depois por Getúlio Vargas, mas tornou-se cultuado na América Latina e ganhou tradução em línguas como francês, alemão e inglês. A obra tirou a literatura LGBT do armário por aqui.
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Todos já conhecem o conteúdo da carta enviada a Portugal que atesta o “descobrimento” do Brasil. Porém, o que poucos conhecem é que uma parte dessa missiva foi suprimida intencionalmente para não manchar a imagem do autor. É que Caminha pede ao imperador do país europeu que, por conta do sucesso da viagem, seu genro seja perdoado e volte a morar em Portugal. Ele havia sido mandado para uma colônia na África por ter roubado uma igreja e ferido um sacerdote quatro anos antes. Para o navegador, a felicidade de sua filha dependia disso. O monarca, porém, não atendeu a seu pedido.

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Cláudio Manuel da Costa, poeta barroco que publicou livros como “Vila Rica”, acabou entrando para a história por conta de sua participação na Inconfidência Mineira. Assim como Tiradentes, a história de luta terminou de forma trágica. Enquanto o herói foi executado e esquartejado, o escritor teria se matado ao se enforcar pendurado em um armário. Porém, a versão oficial não convenceu: encontrado no local da morte, seus pés ainda tocavam o chão. Ele teria, alegam os conspiradores, sido morto pelas tropas oficiais.

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Este trecho encontra-se em um livro chamado “Amar, gozar, morrer...”, escrito no século 19 por um autor anônimo. Era uma das muitas obras eróticas que poderiam ser encontradas nas livrarias brasileiras àquela época. De olho nos altos números de venda, os “Romances para Homens” (como diziam os selos pregados aos livros) usavam e abusavam de situações que chocassem os leitores: adultério, lesbianismo e voyeurismo eram as características mais procuradas. Inclusive, o formato dos livros eróticos deu início a uma expressão utilizada até os dias de hoje. Feitos em brochura, que eram moles, os leitores o associaram ao pênis que não consegue ficar ereto: os famigerados brochas.

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Em 1810, Nísia Floresta escreveu o “Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens”. A precocidade do tema surpreende, mas se torna compreensível quando olhamos a vida da escritora. Nascida no Rio Grande do Norte, ela tinha 13 anos quando foi obrigada a se casar com um rico proprietário de terras. Bastou apenas um ano para que ela voltasse à casa dos pais. Como a família sofreu ameaças por conta do marido abandonado, tiveram que se mudar para Pernambuco. Lá, casou-se novamente e se mudou para o Rio Grande do Sul com seus dois filhos. Ao estourar a Guerra dos Farrapos, viu-se obrigada a ir ao Rio de Janeiro. Lá fundou o Colégio Augusto, para meninas, e começou a empoderar mulheres por meio da educação e da escrita. Após a morte da escritora, que ocorreu em 1885, sua cidade natal, chamada de Papary (RN), passou a levar seu nome.

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José Lins do Rego fez a fama com os livros “Fogo Morto” e “Menino de Engenho”, porém seu trabalho não se destinava unicamente ao universo literário. Apaixonado por futebol, foi um dos pioneiros da crônica esportiva e chegou a atuar como secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Aliás, foi ele que fez o famoso texto atestando o Maracanaço, a famosa derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950: “Vi um povo de cabeça baixa, de lágrimas nos olhos, sem fala, abandonar o Estádio Municipal como se voltasse ao enterro de um pai muito amado”.

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Em 1895, Adolfo Caminha publicou o “Bom-Crioulo”, um livro que tinha uma história nada convencional. Nele, um marinheiro negro – bastante sensual e violento, diga-se de passagem – apaixona-se perdidamente por um jovem recruta bastante afeminado. O relacionamento, intenso e animalesco, terminaria em tragédia. O livro não chegou a ser um best-seller e foi censurado décadas depois por Getúlio Vargas, mas tornou-se cultuado na América Latina e ganhou tradução em línguas como francês, alemão e inglês. A obra tirou a literatura LGBT do armário por aqui.

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Euclides da Cunha ganhou fama no país ao escrever “Os Sertões”, livro que conta o auge e a queda violenta de Canudos, no interior da Bahia. Porém, nem ele nem ninguém esperava que sua vida também terminaria de forma trágica. Em 1909, ele descobriu que sua esposa Anna havia se mudado para a casa de um amante, levando o único filho do escritor. Injuriado, ele resolveu invadir armado a residência do novo casal afirmando que estava ali “para matar ou morrer”. Acabou morto por dois tiros disparados pelo amante. Sete anos depois, o filho de Euclides da Cunha tentou vingar seu pai, mas acabou morto pelo mesmo homem.

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Apesar de terem o mesmo sobrenome, Mário e Oswald de Andrade não eram parentes, mas atuavam pelo fortalecimento do modernismo no Brasil. A amizade deles seria rompida em 1929 por causa da homofobia de Oswald. Consciente de que seu amigo Mário não era afeito às mulheres, o escritor teria o chamado de “o nosso Miss São Paulo traduzido em masculino” e “Miss Macunaíma”, em referência à obra mais famosa do amigo. Depois de 16 anos, Mário morreria aos 51 anos por conta de um infarte no miocárdio.

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Aldazira Bittencourt talvez seja um dos nomes mais polêmicos da literatura modernista brasileira. Simpática ao nazismo, ela escreveu o livro “Sua Excelência, a Presidente da República no ano 2500”, uma obra considerada ficção científica. A narrativa traz um Brasil “liberto” das raças não arianas. Os índios teriam sido escondidos em suas florestas, os negros foram devolvidos à África e os deficientes físicos assassinados logo após o nascimento. Assim, o país seria responsável por abrigar um povo mais “bonito, inteligente e evoluído”.

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Dói pensar que a autora de “O Quinze” e “Memorial de Maria Moura” teria não só apoiado, como também atuado intensamente, em prol do Golpe Militar de 1964. Rachel de Queiroz era comunista em sua juventude, mas teve uma fase madura marcada pelo pensamento reacionário. Além de apoiar publicamente a ditadura militar, ela teria emprestado sua casa para políticos e intelectuais se reunirem e planejarem o golpe. Em 1968, quando as torturas vieram à tona, ela se afastou do cenário político.

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