Cinco histórias surpreendentes na biografia de Leonard Cohen
Algumas das muitas histórias contadas no livro “I’m Your Man — A História de Leonard Cohen” se tornam mais interessantes por envolver outros nomes conhecidos da música
atualizado
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“I’m Your Man — A Vida de Leonard Cohen”, biografia do poeta, cantor e compositor canadense escrita pela jornalista inglesa Sylvie Simmons, ganha edição brasileira quatro anos depois de seu lançamento original. Algumas das muitas histórias contadas no livro se tornam mais interessantes por envolver outros nomes conhecidos da música — a exemplo de Janis Joplin e Nico. Aqui vai um aperitivo:
Leonard Cohen arranhava um violão medíocre quando esbarrou com um jovem de cabelos negros tocando melodias espanholas solitárias numa quadra de tênis em Montreal. Ele o abordou pedindo lhe ensinasse a tocar, o que foi feito depois de três encontros e alguns acordes mostrados. Quando Leonard ligou para a pensão onde o rapaz vivia, descobriu que ele tinha se suicidado. “Eu não sabia nada sobre o homem, porque ele tinha vindo a Montreal, porque apareceu na quadra de tênis, porque tirou a própria vida”, lembraria o artista 60 anos depois, durante uma apresentação para fãs espanhóis. “Mas fora aqueles seis acordes que serviu de base para todas as minhas canções e toda a minha música”.
Canções para uma musa inatingível
Leonard esbarrou em Nico por acaso. Certa noite em Nova York ele entrou num clube noturno e lá estava aquela rainha do gelo em pé, no fundo do bar. “Fiquei completamente hipnotizado”, conta o artista no livro, revelando que só mais um na multidão que desejava a vocalista do Velvet Underground. Depois desse encontro, ele passou a seguir a diva alemã em Nova York, sem nunca ter conseguido avançar o sinal. Para ela ele escreveu a divertida, “One Of Us Cannot Be Wrong” e “The Jewels In Your Shoulder”.
The Shaving Ritual
Título de um conto escrito em “Let Us Compare Mythologies”, seu primeiro livro de poesia, a história foi inspirada num conselho dado pela mãe. A velha Masha sempre dizia que quando as coisas ficassem ruins, ele deveria parar o que estava fazendo e se barbear para se sentir melhor. Foi o que ele fez durante uma apresentação em Israel quando, angustiado diante da plateia, cheio de LSD na cabeça, saiu de cena no meio da apresentação e foi direto para o banheiro se barbear. Quando terminou, deu um sorriso e voltou ao palco.
- Leonard, o guerrilheiro
Depois de comprar uma casa na ilha grega de Hidra, com os U$ 1.500 dólares canadenses que herdou de uma das avós, Leonard resolveu visitar Cuba, um dos lugares visitados pelo herói Garcia Lorca bem antes da revolução cubana. A chegada de Fidel Castro ao poder só deixou o país mais atraente aos olhos do aventureiro artista que tinha uma queda pelo socialismo, guerra e utopias. Mas o clima tenso do lugar acabaria o deixando numa roubada quando foi preso ao ser confundido com um espião norte-americano fardado. Só conseguiu fugir do país por displicência de um soldado.
Sexo oral com Janis Joplin
Figura fácil nos corredores do Chelsea Hotel, onde Cohen morou um tempo, Janis Joplin, assim como ele, estava sempre atrás de bebida e companhia às três da manhã. A cantora havia se mudado para lá enquanto gravava seu segundo álbum e logo se viram dividindo o mesmo elevador e a mesma cama. Anos depois, Cohen imortalizou o boquete recebido da roqueira nas canções “Chelsea Hotel # 1” (que cantou ao vivo, mas nunca gravou), e “Chelsea Hotel # 2”. “Ela não estava procurando por mim, procurava o Kris Kristofferson (compositor de “Me and Bobby McGee”, grande sucesso na voz de Joplin). Eu não estava procurando por ela, procurava a Brigitte Bardot, mas caímos nos braços um do outro por algum processo de eliminação”, brincou certa vez, antes de apresentar a canção.