Autora comenta sucesso do conto erótico de ficção entre Xandão do STF e filha de patriota corrupto
A obra, escrita por Lola Fox (autora que usa um pseudônimo), aborda as aventuras carnais de dois personagens fictícios
atualizado
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Quem acessar a lista dos livros digitais mais vendidos da Amazon verá o título “Ministério de Prazer: o ministro do STF e a filha do senador patriota”. A obra, escrita por Lola Fox (autora que usa um pseudônimo), aborda as aventuras carnais de dois personagens fictícios: um ministro da Suprema Corte e a filha de um senador preso por corrupção. O enredo mistura política e sexo e, aparentemente, conquistou o público. Apesar da similaridade da trama com o contexto brasileiro, convém reafirmar: trata-se de ficção.
A sinopse de Ministério de Prazer apresenta Alexandre Cássio de Alencar, magistrado conhecido como Xandão, que se tornou uma das figuras mais proeminentes no embate contra a extrema direita. Então, ele se vê atraído pela filha de um senador preso: Eva Campobelli. Para salvar sua família, ela oferece, segundo a descrição do livro, “uma mamada que ele jamais seria capaz de esquecer”.
Sim, vamos lembrar mais uma vez: o enredo é fictício – mesmo que, para construir esse romance fantasioso, a autora tenha incorporado elementos presentes no cenário político real do Brasil nos últimos meses. Ministério do Prazer aborda as investigações de ataques contra a democracia, o escândalo das rachadinhas, a invasão da sede dos Três Poderes, esquemas de corrupção etc.
Em entrevista ao Metrópoles, Lola Fox revelou que, de fato, o panorama político a levou a escrever o livro.
“[A ideia veio] Com um tuíte aleatório sobre política. Eu estava em um período no qual não conseguia me concentrar em escrever as histórias que tenho em andamento; com isso, crio muitos plots e guardo. Foi quando pensei: ‘E se eu fizesse algo com um ministro?’. Eu nem ia escrever nada além da sinopse, mas, assim que comecei, mergulhei nesse universo por alguns dias”, revela a autora, que já tem experiência no campo dos romances eróticos.
A tal polarização política do Brasil, é claro, fez com que o livro ganhasse muita popularidade nas redes. Além de virar o título mais vendido, Ministério do Prazer virou tema de diversas brincadeiras e discussões, o que gerou uma campanha boca a boca (sem trocadilho intencional) da obra.
“Contribuiu muito o fato de eu ter lançado a história neste momento, porque as pessoas estão ainda muito focadas em política. Normalmente, é comum que se esqueçam do assunto algum tempo após as eleições. E os tuítes sobre a história chegaram à bolha da esquerda – ainda bem, porque, se fosse a bolha da direita, eu seria massacrada e ficaria muito chateada. Tanto eu quanto eles [da esquerda] levamos na brincadeira, e tudo terminou em festa”, comemora Lola. “Embora, em duas ou três ocasiões, tenham confundido e considerado que sou apoiadora do antigo governo”, completa.
Mesmo que a história seja ficção, os personagens guardam algum traço de similaridade com os “reais”. Lola responde: “A internet diz que sim”.
Final feliz de Xandão
Lola Fox é um pseudônimo que a autora adota para produzir as suas obras. Nesse sentido, ela solicitou ao Metrópoles que sua identidade fosse mantida em sigilo. A escritora explica que a escolha se dá por dois motivos: sua timidez e o tema, que, segundo ela, ainda é muito marginalizado.
“Sob um pseudônimo, tenho a liberdade de escrever o que eu quiser, com erotismo no nível que preferir, e sem receio de julgamentos – que eu normalmente não tenho quando lanço uma história, mas que me reprime durante a escrita”, revela.
Os amantes (mais uma vez, não há duplo sentido) da obra podem se decepcionar, mas a tendência é que Ministério do Prazer não ganhe uma sequência. “Ficarei bem depois que o hype passar, e voltarei a escrever meus livros de antes. A não ser que surja uma ideia de final feliz para o personagem masculino, Alexandre – Xandão. Ele merecia um amor de verdade na vida dele.” Concorda?