4ª Bienal Brasil destaca temas atuais e diversidade na literatura
Nova edição do evento enfatiza produção literária das minorias, booktubers e autores contemporâneos africanos e latino-americanos
atualizado
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Grande evento literário do Centro-Oeste, a Bienal Brasil do Livro e da Leitura chega à quarta edição em 2018, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. De 18 a 26 de agosto, mais de 40 escritores participarão do encontro, com destaque para o jovem autor nigeriano Chigozie Obioma, finalista do prêmio Man Booker Prize com seu livro de estreia, Os Pescadores (2015, Globo Livros).
Em relação à última edição, realizada em 2016, o orçamento diminuiu em 30%: é de R$ 2,5 milhões em 2018. “Apesar de menor, não significou uma programação menor. Ao contrário, cresceu”, explica Suzzy Souza, diretora do evento.
“Isso (a diminuição do orçamento) se deu devido à escolha do local de realização e da programação: o Distrito Federal vive um momento muito especial no que se refere à produção literária e cultural de um modo geral, isso também facilitou. Vale ressaltar que muitos dos expositores da feira de livros estão participando pela primeira vez da Bienal, o que significa mais diversidade de títulos à venda”, continua.
A partir do tema Os Outros Somos Nós, o evento distribui assuntos variados em 19 mesas de debate. O pesquisador Jessé Souza e a escritora Miriam Alves conversam sobre o racismo na cultura, por exemplo. Ana Paula Maia e Micheliny Verunschk trocam ideias sobre a voz feminina na literatura, enquanto Alice Oseman e Clara Averbuck apontam narrativas nascidas na internet.
A 4ª Bienal homenageia a ativista e professora Gina Vieira Ponte, criadora do projeto Mulheres Inspiradoras, que estimula a leitura de autoras entre alunos da rede pública do DF.
Vencedora do Prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos e do Prêmio Professores do Brasil, concedido pelo Ministério da Educação, a iniciativa também incentiva os estudantes a compartilharem histórias sobre mulheres do cotidiano familiar e social.
Vamos abordar temas de grande relevância na contemporaneidade, como as literaturas com assinaturas de periferia, LGBT, indígena, afrodescendente e feminina. A literatura da América Latina – especialmente em diálogo com seu passado recente como inspiração – também é um foco da Bienal
Suzzy Souza, diretora da Bienal
A programação de 2018 também reúne outras duas novidades: o Espaço Z, trazendo youtubers e influenciadores digitais para a feira, e o Espaço HQ, com presença de grandes quadrinistas da atualidade, como Marcelo D’Salete, recém-premiado com o Eisner por Cumbe, graphic novel sobre escravidão, e o conceituado e também multipremiado Marcello Quintanilha, autor de trabalhos como Tungstênio e Hinário Nacional.
De sábado (18/8) a domingo (26/8), de 9h às 22h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Entrada gratuita mediante cadastro pelo site oficial, aplicativo ou na entrada do evento. Informações: 61 3542-0340